Preocupação ambiental de projetos será condição para financiamento do BNDES

05/06/2007 - 18h49

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social aderiu à  Declaração sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas que pede a todos os bancos de investimento do mundo para incluir em suas políticas operacionais uma atenção com a emissão de  gases causadores do efeito estufa e conseqüente aquecimento global relativos aos projetos que eles financiam. A declaração da ONU será divulgada amanhã (6) durante a reunião  dos países mais ricos do mundo, o G-8, na Alemanha.

O presidente  do BNDES, Luciano Coutinho, disse hoje (5), no Dia Mundial do Meio Ambiente, que o banco atendeu de forma positiva ao chamado da ONU e se adiantou às providências sugeridas. “Nós não só estamos firmando a declaração, como estamos concretizando aquilo que ela preconiza.”

Coutinho anunciou que o BNDES  está introduzindo novas cláusulas em sua política ambiental, adotando compromissos com o Zoneamento Econômico-Ecológico (mecanismo de planejamento dos estados que define áreas em cada território adequadas ou não a atividades econômicas ou preservação), além de restringir projetos que provoquem desmatamento predatório. A determinação resulta de visita efetuada em janeiro deste ano ao banco pela ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, segundo Coutinho.

A dimensão ambiental passará a ser, a partir de agora,  uma  condição para a aprovação de projetos de financiamento do empresariado nacional junto ao banco. “O que nós queremos é ser mais estimulantes e eficientes e, inclusive, se possível, ajudar o fortalecimento  e a eficiência das entidades de certificação ambiental.”

Ele anunciou, também, o projeto de neutralização das emissões de carbono no edifício-sede do próprio BNDES e em suas representações nos estados. O objetivo, conforme explicou, é  reduzir ao máximo as emissões de gases poluentes em todas as áreas de atividade da instituição. As emissões serão compensadas por meio de investimentos em reflorestamento, “especialmente investimentos  para a regeneração de matas nativas e ciliares”, observou. Coutinho espera que o exemplo do BNDES seja seguido por muitas outras empresas em todo o Brasil.