Indiciamento de Vavá foi provocado apenas por uma ligação telefônica, afirma advogado

05/06/2007 - 20h00

Bruno Bocchini
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - O indiciamento de Genival Inácio da Silva, Vavá, foi motivado apenas por uma ligação telefônica, sem nenhum indício mais forte, avalia o advogado de Vavá, Benedicto de Tolosa Filho. A ligação recebida pelo irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva seria, segundo seu advogado, de Nilton César Servo, ex-deputado estadual no Mato Grosso do Sul pelo PSB. Servo e seu filho, Victor Emanuel, foram detidos hoje (5) acusados de envolvimento com fraudes que beneficiavam jogos ilegais de bingo."O que liga [Vavá ao caso] é uma ligação do Nilton para ele. E a ligação não diz absolutamente nada", afirmou o advogado em entrevista à Agência Brasil.Tolosa considera que faltam indícios contra Vavá. Por esse motivo, segundo ele, a Justiça não autorizou a prisão preventiva do irmão de Lula. "Então, o juiz mandou fazer uma busca e apreensão e essa busca e apreensão resultou praticamente em infrutífera. Os documentos que foram levados não são relacionados a nada, são documentos simples", afirmou.O advogado disse que os papéis que foram recolhidos na casa de Vavá são pedidos de emprego, formulados por cidadãos comuns. "Pedido de emprego na indústria, no comércio local, e que estavam lá. Documentos simples que não têm nenhuma conotação", disse.Tolosa diz não ter maiores informações sobre o inquérito contra Vavá, no qual é acusado de tráfico de influência e exploração de prestígio. "[Vou] esperar terminar a investigação, o relatório da Polícia Federal. Então, a gente está aguardando agora o relatório da Polícia Federal, a posição que eles vão ter, para poder agir", disse.O advogado afirmou ainda que não vê nenhum tipo de interesse político no caso. "Não vejo isso, eu acho até que é uma conduta normal da Polícia Federal. Quer dizer, eles levantam uma série de nomes, fez o cruzamento de uma ligação e foi verificar, até porque é irmão do presidente e teria que ser verificado mesmo, para não deixar margem de dúvidas e dizer,  verificou todo mundo, investigou todo mundo, e deixou um para fora".