Presidentes da Câmara e do Senado rebatem críticas de Chávez ao Congresso

01/06/2007 - 0h44

Luciana Vasconcelos e Priscilla Mazenotti
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - As declarações do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, de que o Congresso brasileiro é "papagaio" dos Estados Unidos e seria dominado pelos movimentos e partidos de direita irritaram os parlamentares, que reagiram contrários à declaração.Chávez criticou requerimento aprovado pelo Senado Federal pedindo que ele reconsiderasse a decisão de não renovar a licença de funcionamento da emissora de televisão Rádio Caracas Televisión (RCTV), que não teve sua concessão pública renovada por decisão do governo. A legislação venezuelana não prevê renovação automática de concessões. A RCTV, na visão do governo, não cumpriu as leis de responsabilidade social de rádio e televisão.O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse que qualquer movimento contra a liberdade de expressão tem que ter um “veemente repúdio”. “Um chefe de estado que não sabe conviver com uma demonstração democrática como foi a do Senado brasileiro é porque provavelmente está na contra-mão da democracia”, afirmou.O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que não cabe a Chavez fazer esse tipo de julgamento. “Ele erra gravemente ao atribuir ao Congresso Nacional uma subordinação que não existe a nenhum outro poder e, principalmente a qualquer outro poder estrangeiro. Só devemos prestar contas ao povo brasileiro, que tem o poder de nos eleger e o direito e o poder de nos cobrar”, afirmou.Para Chinaglia, o presidente da Venezuela está “contaminado” pela disputa interna de seu país. “Evidentemente, ele se dá um direito que não tem. Sobre esse aspecto é no mínimo um exagero que evoluiu para um desrespeito que nós rechaçamos”, ressaltou.