OAB afirma que “vazamentos” da PF são “calculados e sistemáticos”

01/06/2007 - 18h58

Alessandra Bastos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu hoje (1º) ao Supremo Tribunal Federal (STF) habeas corpus para os 15 advogados suspeitos de vazar para a imprensa informações da Operação Furacão, realizada pela Polícia Federal em 13 de abril último.No pedido de liberação dos advogados – assinado pelo presidente da OAB,Cezar Britto, e pelo secretário-geral adjunto, Albert Zacharias Toron -, a entidade alega que “em todas as operações [da Polícia Federal] temos os ditos vazamentos, que a rigor não deveriam ser chamados assim. São calculados e sistemáticos”. Com esse argumento, a OAB requere ainda o trancamento do inquérito policial."Cumpre destacar que a investigação, aparentemente, fora mantida sob sigilo até o momento em que foram cumpridos os mandados de prisão, pois, logo em seguida, a imprensa começou a obter e divulgar informações privilegiadas, como lamentavelmente sempre tem acontecido em casos dessa espécie", registra o documento do conselho federal.A OAB apresentou a transcrição de trechos de reportagens publicadas por jornais em 14 de abril, “quando nenhum advogado tinha tido, ainda, acesso aos autos e até mesmo a seus clientes detidos”. E alegou que são “prova cabal e irrefutável" de que a imprensa teve acesso a "dados sigilosos” antes dos advogados - que só tiveram acesso aos autos em 17 de abril, segundo a entidade.A Operação Furacão foi deflagrada no dia 13 de abril, quando 25 pessoasforam presas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e noDistrito Federal por suspeita de lavagem de dinheiro e envolvimento comjogo do bicho.Posteriormente, a PF deflagrou a Operação Navalha, contra desvio de recursos em obras públicas. A questão do suposto acesso privilegiado a informações novamente foi levantado, quando o ministro Gilmar Mendes, do STF, acusou a PF de ser um "vazadouro".