Mapeamento inédito identifica ocorrência e qualidade da água no subsolo do Nordeste

01/06/2007 - 15h35

Thais Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Um mapeamento inédito revelando características dos recursos hídricos do Nordeste brasileiro foi lançado hoje (1) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os primeiros estados retratados foram a Paraíba e o Rio Grande do Norte. O estudo traz informações sobre a localização dos sistemas aqüíferos subterrâneos (conjunto de rochas capazes de armazenar água no subsolo) e a qualidade da água para o consumo ou irrigada para a utilização na agricultura. De acordo com o geólogo do IBGE Sidney Ribeiro, os dados vão auxiliar a gestão de políticas públicas e o desenvolvimento econômico da região, que enfrenta diversos problemas causados pela seca."A partir de todas essas informações, é possível, por exemplo, evitar a salinização da terra, através da irrigada com uma água imprópria para esse fim. Assim, a gente permite que ela seja aproveitada também por outras gerações", explicou. O geólogo informou que o mapeamento revelou que o estado do Rio Grande do Norte conta com um armazenamento de água potável significativo na região litorânea. Em outras áreas, mais distantes do litoral, segundo o estudo, a água tem um teor elevado de salinização. Por isso, para ser consumida ou utilizada na agricultura, ela precisa sofrer um processo dedessalinização.  AParaíba, revela ainda o mapa, conta com uma condiçãoainda mais crítica. A área que armazena a águade melhor qualidade, localizada ou na região litorâneaou muito no interior, só retêm água nos períodosde grandes chuvas. "Como há distribuiçãoirregular de chuvas, em boa parte do ano a situação écrítica para o consumo de água", disse. Para desenvolver o estudo, o IBGE contou com o apoio da Universidade Federal de Pernambuco, que realizou coletas de água da região e analisou as amostras.   O Instituto apresentou ainda um outro mapa, que já está em sua segunda edição, atualizando as unidades de relevo no país, como depressões, morros, montanhas e vales. Na primeira edição, lançada em 1993, foram identificadas 65 unidades, a atual traz 167. De acordo com o instituto, esse maior detalhamento é fundamental porque o relevo tem uma relação de causa e efeito com o clima, a vegetação e os solos e ainda influencia a distribuição da população, além de condicionar as atividades econômicas e estruturação da rede viária.