Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), disse, hoje, que sua decisão de encaminhar de imediato a representação do P-SOL ao Conselho de Ética teve como objetivo "garantir a maior isenção possível" no processo de investigação a que está submetido. Calheiros tomou a decisão logo após o presidente do Conselho de Ética do Senado, Sibá Machado (PT-AC), anunciar em plenário que aguardaria uma decisão da Mesa Diretora sobre a admissibilidade da representação, como determina o regimento interno."Se a representação do P-SOL foi encaminhada de maneira errada, processualmente, e eu sabia disso, não avoquei para mim para não dar esta interpretação (de que queria protelar a tramitação da investigação). Na hora que o presidente (do Conselho de Ética) entendeu que a representação deveria ser entregue à Mesa eu, de pronto, fiz questão de encaminhar para o Conselho de Ética", afirmou Calheiros.O P-SOL encaminhou, equivocadamente, ao Conselho de Ética a representação para que seja aberta investigação sobre as denúncias publicadas pela Veja de que o senador tinha contas pessoais pagas por um funcionário da empreiteira Mendes Júnior. O regimento determina que qualquer representação ao Conselho de Ética, quando encaminhada por um partido, tem que passar obrigatoriamente pela avaliação da Mesa Diretora.Renan Calheiros disse, ainda, que já encaminhou à Corregedoria do Senado e ao conselho todos os documentos para comprovar que as despesas pessoais relacionadas na reportagem da revista foram pagas por ele. "Demonstrei com documentos que,com a minha movimentação financeira, tenho condições de proteger a gestante [no caso a jornalista Mônica Velloso, com quem teve uma filha] e garantir uma pensão para a minha filha que eu quero criar com muito amor".Ao tomar conhecimento de que Renan Calheiros tinha encaminhado de imediato a representação ao Conselho de Ética, o senador Sibá Machado afirmou que o encaminhamento da representação será feito na quarta-feira (6) na reunião que já está marcada. "Nós já temos o prazo marcado, a reunião está convocada e na quarta-feira nós vamos instalar o processo (de investigação das denúncias)".O presidente do Conselho de Ética disse que qualquer decisão a respeito das investigações será tomada de forma colegiada e não monocraticamente. "Quando a decisão for prerrogativa do presidente isso será feito por mim", acrescentou Sibá Machado.