Mais de 95% dos peritos médicos do INSS aderem a paralisação, calcula entidade

31/05/2007 - 0h39

Marcela Rebelo e Gláucia Gomes
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Os médicos peritos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciaram hoje (31) uma paralisação de 48 horas em protesto ao assassinato do perito José Rodrigues na terça-feira (29). A Associação Nacional dos Médicos Peritos da Previdência (ANMPP) estima uma adesão de mais de 95% da categoria à manifestação.De acordo com a associação, nos principais centros de atendimento de segurados, como São Paulo e Rio de Janeiro, a adesão dos médicos peritos é de 100%. Em algumas cidades, como Barreiras (BA) e Anápolis (GO), os profissionais optaram por uma paralisação parcial hoje e integral amanhã. Em outras, como Joinville (SC) e Barbacena (MG), não houve paralisação.O médico perito José Rodrigues foi assassinado com um tiro na cabeça por um segurado do INSS. A associação destaca que essa é a segunda morte em menos de um ano. Em setembro de 2006, a perita Cristina Felipe da Silva foi assassinada na porta de casa, em Governador Valadares (MG). Neste ano, de acordo com a ANMPP, um outro perito foi esfaqueado em Santos (SP).A associação argumenta que, depois da morte da médica Cristina da Silva, os peritos decretaram greve por um tempo indeterminado, mas, retomaram o trabalho após três dias de paralisação porque o Ministério da Previdência prometeu cumprir uma série de reivindicações.De acordo com o presidente da ANMPP, Luiz Carlos de Teive e Argolo, entre as medidas acordadas anteriormente estão itens como a criação de uma diretoria de gestão da perícia médica, portas detectoras de metais em todas as agências da Previdência Social (APS), circuito fechado de TV para monitorar o ambiente das APSs, entrada exclusiva para os servidores, melhores condições dos consultórios, alarmes sonoros e luminosos, intercomunicadores e o envio do comunicado de resultado de requerimento pelo correio.“Desses itens apenas o comunicado foi implantado em outubro para parte dos segurados - desempregados e autônomos – que recebem pelo correio, em sua residência. E teria que estudar para ser implementado também para os empregados, visto que o momento de agressão, de intimidação e de coação ao perito é o momento em que se entrega o resultado do requerimento”, diz Argolo.Cerca de 4,8 mil peritos que atuam em 1,3 mil agências em todo o país. A maior parte dos atendimentos - cerca de 70% - ocorre nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia e Minas Gerais.