Brasil e Índia devem fazer mais negócios, diz embaixador

31/05/2007 - 0h52

Mylena Fiori
Enviada especial
Nova Delhi (Índia) - O Brasil quertransformar em números a crescente concertaçãopolítica com a Índia. De acordo com o embaixadorem Nova Delhi, José Vicente de Sá Pimentel,um dos objetivos da visita do presidente Luiz Inácio Lula daSilva ao país asiático é impulsionar as relaçõescomerciais bilaterais. “Hoje, Brasil e Índia vivempoliticamente uma lua-de-mel, mas falta uma substânciaeconômica e comercial”, avaliou em entrevista exclusiva à Agência Brasil.O presidente brasileirochega no próximo domingo (3) à capital indiana, ondedeve permanecer até terça-feira. A visita deEstado acontece oito meses após viagem doprimeiro-ministro indiano, Manmohan Singh, ao Brasil. “Isso dá uma idéiade que existe um comprometimento entre as lideranças políticasdos dois países de realmente estreitar esses laços.Existe, claramente, um interesse de fazer com que as relaçõesentre os dois países se tornem mais densas”, afirmou oembaixador.A corrente de comércioé ainda pequena diante dopotencial dos dois países, acredita Pimentel. Em 2006, astrocas totalizaram US$ 2,41 bilhões, montante insuficientepara colocar a Índia entre os dez principais parceiroscomerciais do Brasil. “Há duas explicações básicaspara isso: a distância geográfica e a questãocultural”.O embaixador destaca anecessidade de melhores ligações marítimas eaéreas – hoje, para ir de um país ao outro é necessário passar pela Europa ou pelaÁfrica. Mas afirma que, a despeito disso, o empresariado deveria se animar a testar um mercado ainda desconhecido. “A comunidade de negócios do Brasil deverealmente vir, conhecer e testar [o mercado indiano], pois nesse momento se aproveita deum cenário político muito favorável. Nãoexiste época melhor”.