Mariana Rozadas
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, destacou hoje (30), na inauguração da primeira Unidade de Pronto-Atendimento 24 horas do estado, na zona Norte da cidade, a parceria com o governo estadual na oferta de serviços básicos à população de baixa renda."Quero chamar a atenção para o local onde a unidade foi inaugurada [o Complexo da Maré]. Isso mostra que o governo do estado está sintonizado com as necessidades de saúde do povo do Rio de Janeiro e está começando com um belo posto, num local onde a oferta de serviços de saúde é precária. Essa é apenas uma pequena demonstração do trabalho que vamos fazer no Rio de Janeiro, recolocando a saúde pública e a medicina do estado como referência nacional. Esse é o nosso desafio e a nossa determinação", disse. A nova unidade prestará serviços pré-hospitalares de pequena e média urgência e a previsão é de atendimento a cerca de 500 pacientes por dia, nas áreas de clínica médica, pediatria, ortopedia e odontologia, além de laboratório e Raio-X. O posto também tem 15 leitos de observação e uma "sala vermelha", onde pacientes em estado mais grave poderão ser estabilizados até o encaminhamento para um hospital.O governador Sérgio Cabral Filho informou, durante a solenidade, que até o final do ano outras 13 unidades serão inauguradas no estado, que é responsável pelos equipamentos – o Ministério da Saúde investirá na manutenção dos postos."Grande parte da nossa população recorre à emergência dos hospitais sem a menor necessidade, já que não tem um atendimento 24 horas digno, capaz de tirar mais da metade das pessoas que disputam vagas com atropelados, com aquele que teve um AVC [acidente vascular cerebral] e outros casos de emergência. Nós daremos mais conforto à população que precisa da saúde pública", disse o governador.  A vice-presidente da Associação de Moradores e Amigos de Nova Holanda [uma das favelas do Complexo da Maré], Roseni de Oliveira, alertou que o atendimento 24 horas não estará disponível a todos os moradores da favela. "As comunidades são dominadas por facções rivais, que disputam o controle do crime na região", explicou. Mas o secretário estadual de Saúde, Sérgio Cortes, também presente à inauguração, rebateu: "No posto não existe facção criminosa – todos serão atendidos, indiscriminadamente". O Complexo da Maré é formado por 16 comunidades, com cerca de 130 mil moradores.