IBGE aponta queda no número de trabalhadores industriais no Rio e em São Paulo

30/05/2007 - 13h24

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As perdas de participação de pessoal ocupado na indústria em São Paulo e no Rio de Janeiro reduziram a importância do Sudeste no cenário industrial do país, segundo Pesquisa Industrial Anual referente ao ano de 2005 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada hoje (30). A indústria do Sudeste fez com que o país sofresse um processo de “desconcentração” de trabalhadores, segundo o instituto.Em 1996, 42% dos trabalhadores estavam em São Paulo, valor que caiu para 36,4% em 2005. Segundo Fernanda Vilhena, técnica do estudo, os setores têxtil e de vestuários foram os que, em São Paulo, mais contribuíram a perda proporcional do estado. Ela explicou que esses setores são intensivos em mão-de-obra, responsáveis por cerca de 12% dos trabalhadores ocupados em São Paulo.“A queda nos setores têxtil e vestuário foi motivada pela a entrada dos importados nos últimos anos. Como eles empregam bastante, o impacto acaba sendo bem significativo”, avaliou a economista. O Rio de Janeiro que concentrava 7,9% dos trabalhadores em 1995 chegou a 2005 com 5,7% da mão-de-obra ocupada, sentindo os reflexos negativos principalmente da indústria alimentícia.“O Rio de Janeiro cresceu em termos de valor de transformação (diferença entre o valor que foi produzido retirando os custos operacionais), mas foi no setor extrativista que não é tão intensivo em termos de mão-de-obra, onde houve maior expansão”, disse Fernanda Vilhena.Os destaques positivos ficaram com o Paraná, que saiu de 6,2% para 7,6% de participação no pessoal ocupado nesses nove anos e Santa Catarina, de 6,7% para 8%. “Em Santa Catarina, esse fator pode ser explicado pelo crescimento na indústria de alimentos, mas com um perfil de comodities, como a soja. E no Paraná, a produção de metal”, disse a economista.Em terceiro lugar, ficou Minas Gerais, com alimentos, saindo de 10% para 10,6%, “por conta da produção de leite e derivados, já tradicionalmente fortes no estado”, disse Fernanda Vilhena. Segundo o IBGE, os ramos que mais contribuíram para o aumento no total de pessoal ocupado foram alimentos, calçados e artigos de couro, e outros equipamentos de transporte. Já os que tiveram redução: refino de petróleo e produção de álcool, têxtil, edição, impressão e reprodução de gravações, artigos de mobiliário, e produtos de minerais não-metálicos.