Governo estuda reconhecimento das perdas com Plano Bresser para corrigir poupança, diz Mantega

30/05/2007 - 18h57

Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Aum dia do fim do prazo para poupadores reclamarem perdas com o PlanoBresser, o governo estuda reconhecer essa dívida, o queimplicaria no repasse automático a todos os investidoresprejudicados na época. O Plano Bresser foi lançadono Governo Sarney, pelo então ministro da Fazenda BresserPereira, na tentativa de controlar a inflação, masterminou alterando o índice de correção dapoupança da Obrigação do Tesouro Nacional (OTN)pela Letra do Tesouro Nacional (LBC).Como o decreto-lei queinstituiu o plano só começou a vigorar no dia 16 dejunho de 1987, quem tinha dinheiro aplicado na poupança seconsidera prejudicado porque o índice para corrigir a poupançadeveria ser 26,69% (OTN mais 0,5%juros) até o dia anterior àpublicação do decreto e não os 18,61% (LBC mais0,5%) que terminou sendo utilizado para atualizar a aplicaçãono mês pelos bancos. O ministro da Fazenda, GuidoMantega, evitou comentar o assunto nesta quarta-feira (30), porque,segundo ele, o reconhecimento das perdas ainda está em análisepelo governo. Mas ele disse que aprovar a medida "seriapreocupante porque causaria uma despesa bastante séria".Não há númerosoficiais, mas as estimativas são de que o valor a serrepassado aos poupadores chegue a R$ 1,6 trilhão.O prazo para o poupador entrarna Justiça para pedir ressarcimento termina amanhã(31), quando se completam 20 anos da implantação doplano. O defensor público daUnião João Paulo de Campos Dorini alerta que ao entrarna Justiça o poupador tenha certeza de que sua caderneta depoupança fazia aniversário na primeira quinzena dejunho e que o rendimento foi calculado de maneira errada. "Éperigoso [não ter a comprovação] porque caso opoupador perca a causa, será condenado a arcar com as custasprocessuais", explicou.