Edla Lula
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Estimativas da Secretaria deDireito Econômico (SDE), do Ministério da Justiça,revelam que o Brasil tem prejuízos entre R$ 25 bilhõese R$ 40 bilhões por ano em conseqüência da formaçãode cartéis nas licitações públicas. Arevelação levou o governo a criar a CoordenaçãoGeral de Análise de Infrações em ComprasPúblicas."Até agora agíamossobre demanda. Era uma estratégia reativa. Isso agora muda,porque vamos melhorar a nossa inteligência e articular a nossareação", disse a secretária de DireitoEconômico, Mariana Tavares, ao explicar os objetivos da novacoordenação.Embora tenha afirmado que amedida já estava nos planos do Ministério da Justiça,Mariana disse que a Operação Navalha, da PolíciaFederal, que investiga fraudes em licitações, éum exemplo da necessidade uma atuação mais direta dafiscalização no setor de compras governamentais."A coordenaçãose tornou uma resposta [à Operação Navalha], umainiciativa para enfrentar o problema de frente", afirmou. A secretária lembrou queas mais importantes investigações feitas pela SDE"tratam direta ou indiretamente de cartel em licitações".Citou as investigações na área de cimento,medicamento, energia elétrica, britas, serviços devigilância, gases hospitalares e sangue (Operação Sanguessuga). Indagado sobre os númerosda SDE, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, comentou, ao deixar oMinistério da Fazenda rumo ao Palácio do Planalto, que"não há nenhum país no mundo que nãotenha fraude, que não tenha corrupção. Oimportante é ter instrumentos de detecção erapidez em coibir esses procedimentos, e o Brasil hoje estáalinhado entre os países que têm prática dedetecção e extrema rapidez para coibir essesprocedimentos".Mantegalembrou que o governo criou um grupo para discutir melhorias na Leide Licitações. "Nunca vi, em toda a históriadesse país, um momento em que você tivesse maisinstrumentos de fiscalização, mais órgãosde fiscalização aparelhados para fazer esse tipo defiscalização".