Bush indica novo presidente do Banco Mundial e Mantega apóia

30/05/2007 - 17h47

Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oex-representante de Comércio dos Estados Unidos, RobertZoellick, foi indicado pelo presidente George W. Bush para assumir ocomando do Banco Mundial no dia 30 de junho, quando Paul Wolfowitzdeixa o cargo após denúncias de favorecer a namorada,Shaha Riza, com promoção e aumento de salário.OMinistro da Fazenda, Guido Mantega, gostou da troca. Disse hoje (30)que Zoellick é experiente e tem atitude pró-ativa naliberalização do comércio mundial. "Ele temmais condições do que o atual ocupante do cargo. Teveuma experiência internacional bastante boa [no governo dosEUA]".Mantega, no entanto, voltou a criticar a formade escolha dos dirigentes de organismos multilaterais, como FMI eBanco Mundial, que considera defasada. A queixa é de que osEstados Unidos se juntam a outros países desenvolvidos paramanipular as escolhas.O ministro lembrou que o mundo mudou muitodesde o fim da Segunda Guerra Mundial, quando essas instituiçõesforam criadas. “Os Estados Unidos na época estabeleceram asregras do jogo. Agora, estamos fazendo correções noFMI, mas não a ponto de espelhar a nova realidademundial”.No sábado, Mantega já haviamanifestado a posição do governo brasileiro contra osatuais critérios de escolha. Em nota oficial, defendeu que ospresidentes desses organismos seja definida “segundo processosabertos e transparentes, sem restrição a candidaturasem função da nacionalidade”.De acordo comcritérios adotados desde a criação das duasinstituições, há 60 anos, o presidente do BancoMundial é indicado pelo presidente dos Estados Unidos, e depois aprovado pelos 24 membros da instituição. E odiretor-gerente do FMI é escolhido por países da EuropaOcidental.O assunto já vem sendo discutido no âmbitoG-20 Financeiro, grupo que congrega ministros e presidentes de bancoscentrais das economias mais avançadas e dos principaisemergentes.Como representante do governo dos Estados Unidos,Zoellick participou de diversas negociações com oBrasil, inclusive sobre a Área de Livre Comércio dasAméricas (Alca), que acabou não saindo do papel.Durante a campanha eleitorial de 2002, o então candidato LuizInácio Lula da Silva disse que não negociaria com o“sub do sub do sub”, referindo-se a ele.