Flávia Albuquerque e Ana Paula Marra
Repórteres da Agência Brasil
Brasília e São Paulo - O ministro da Justiça, Tarso Genro, comentou hoje (25) que não há nenhuma denúncia formal contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que foi alvo de denúncias veiculadas pela imprensa de que teria despesas pessoais pagas por um lobista de uma empreiteira. Em São Paulo, Tarso disse aos jornalistas que não comentaria a situação porque ele, como um ministro do poder Executivo, precisa zelar pela relação entre os poderes da República. "Como ministro da justiça minha relação é de poder para poder", disse."Enquanto não receberemos nenhuma denúncia contra o senador. E para que alguém do Senado possa ser investigado tem de ter uma determinação do Supremo Tribunal Federal (STF)", disse em referência à necessidade de foro privilegiado para a investigação de parlamentares. A revista Veja trouxe uma reportagem em que o funcionário Cláudio Gontijo, da empreiteira Mendes Júnior, teria pago despesas pessoais do senador.No Congresso, o assunto também foi comentado. O presidente da Câmara, deputo Arlindo Chináglia (PT-SP), disse que a denúncia “naturalmente causa um certo constrangimento”, mas que é preciso ter cautela e, antes de tudo, ouvir o senador. “É uma reportagem que mostra, eu diria, aspectos da sua relação pessoal, envolvendo, inclusive, questões de família. Então, temos de ter a maior cautela nisso, dada à complexidade natural dos temas, para não fazer um pré-julgamento ou até mesmo uma antecipação de qualquer posição sem ter base concreta para isso”, disse.O líder do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), disse que tem que conversar com Renan antes de dar qualquer declaração e afirmou que o assunto poderá ser discutido durante reunião do partido que já estava marcada para quarta-feira. "Primeiro temos de conversar com o presidente, ver as explicações dele. Vamos esperar os esclarecimentos dos fatos", disse.