Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A população tem que se envolver para que o Plano de Desenvolvimento da Educação dê certo, recomendou hoje (25) o ministro Fernando Haddad, durante o seminário Problemas e Políticas da Educação, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Haddad explicou que um dos elementos centrais do Plano é justamente o envolvimento das famílias, o acompanhamento da vida escolar dos filhos e a responsabilização dos agentes públicos, por considerar que até agora a questão da qualidade tinha uma “responsabilização difusa”. Segundo o ministro, "o que nós queremos é comprometer as pessoas – e isso vale para o prefeito, o governador, o presidente da República, o ministro, os secretários municipais e estaduais, diretores, professores e pais, ou seja, os responsáveis pelas crianças”.Defender o direito de aprender, na avaliação de Haddad, significa que a próxima geração depende do esforço de quem está hoje no comando do país e que se nada for feito, o Brasil acabará reproduzindo no futuro um quadro que não contribuirá para o desenvolvimento. “Se muito for feito agora, em apenas uma geração o quadro político e social brasileiro poderá ser mudado”, estimou. E lembrou que no último dia 9 iniciou pela Bahia a Caravana da Educação, uma série de visitas ao Nordeste para integrar os municípios às metas do Plano e ao programa Brasil Alfabetizado. Ontem (24) foi a vez do Ceará e as próximas viagens serão ao Piauí, no dia 28; em 13 de junho, ao Maranhão; no dia 19 ao Rio Grande do Norte e no dia 26 a Pernambuco. Entre os temas tratados com prefeitos e governadores, segundo Haddad, está a escolha de 150 cidades que ganharão unidades federais, além da expansão da universidade pública, do programa de construção de creches e o do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Nos dois estados já visitados, o ministro destacou o envolvimento do governador e de mais de 70% dos prefeitos: "É um começo auspicioso. Se mantivermos a linha, poderemos colher os frutos dessa jornada".Haddad citou ainda a implantação do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), prevista no Plano para estabelecer metas de avaliação do aprendizado nos estados e municípios, até 2021. Em 2007, informou, serão aplicados em nível nacional o censo escolar e a Prova Brasil, que vão gerar o Ideb deste ano. “Como o índice foi lançado neste ano, estamos sendo parcimoniosos em relação aos prefeitos e governadores, no sentido do avanço. Mas esperamos conseguir, sobretudo a partir de 2009, inverter as curvas históricas de qualidade da educação".