Trabalhadores e movimentos sociais param rodovias paulistas em protesto contra Emenda 3

23/05/2007 - 13h03

Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Trabalhadores sem-terra, sem-teto e filiados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) promoveram hoje (23) bloqueios ao tráfego de veículos em quatro regiões do estado de São Paulo. As manifestações fizeram parte do dia nacional de atos em favor da manutenção do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Emenda 3.Aemenda foi vetada pelo presidente após ter sido aprovadapelo Congresso Nacional. Incluída no texto que criou a ReceitaFederal do Brasil, ou Super Receita, proíbe os fiscais do governo deautuar empresas prestadoras de serviço formadas por um únicotrabalhador.Em nota, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) justificou que os protestos estão “dentro da jornada de lutas unificadas por mudanças na política econômica, contra as reformas liberais da legislação trabalhista e previdenciária e em defesa de uma reforma agrária anti-latifundiária”.Entre os pontos escolhidos, estrategicamente, houve interrupções no entroncamento das rodovias Anchieta-Imigrantes, na altura de Cubatão, e na Baixada Santista, com o objetivo de fechar o acesso tanto ao pólo industrial quanto ao Porto de Santos, o maior da América Latina. Segundo a Ecovias, que administra o sistema Anchieta-Imigrantes, o bloqueio durou três horas, das 6h30 às 9h30, provocando um congestionamento de cerca de seis quilômetros.De acordo com o MST, os trabalhadores decidiram sair da Anchieta após ser negada uma tentativa deles de uma negociação para continuar com o ato. “A Polícia Militar se recusou a negociar a permanência dos manifestantes, ameaçando o grupo com bombas de gás”, informa a nota.Já na rodovia Presidente Dutra, que liga São Paulo ao Rio de Janeiro, funcionários da montadora General Motors, da empresa eletroeletrônica Phillips e da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) tomaram a pista nos dois sentidos, na altura do quilômetro 137, região do Vale do Paraíba, por aproximadamente 50 minutos. Em conseqüência, a fila de veículos parados atingiu 3,5 quilômetros, conforme a concessionária Nova Dutra.Em Campinas, integrantes do MST, metalúrgicos das indústrias automobilísticas Honda e Toyota e trabalhadores da petrolífera Reflan fizeram bloqueios nas rodovias Campinas-Monte Mor e Campinas-Paulínia, além de trecho da Anhangüera na altura do quilômetro 330.Também ocorreram manifestações em Mauá, município da Grande São Paulo. Segundo o MST, lá foram distribuídos panfletos em fábricas, nas escolas, postos de saúde e estações de trem.