Renato Brandão e Paulo Montoia
Da Agência Brasil
São Paulo - Os estudantes e funcionários da Universidade de São Paulo programaram para a tarde de hoje (23) um ato público de protesto na Avenida Paulista. O ato deverá contar com o apoio dos professores, que deliberaram também nesta quarta-feira entrar em greve. Após a manifestação, no vão do Museu de Arte de São Paulo, deverá ocorrer passeata até a sede da Assembléia Legislativa. No início da noite, será realizada uma plenária de avaliação da mobilização e da greve, dentro da sede da reitoria ocupada.A ocupação da sede da reitoria da USP teve início em 3 de maio, quando uma comissão de estudantes não foi recebida para um encontro pré-agendado. Passou a ter o apoio dos funcionários, que também participam da ocupação. A lista de reivindicações original cresceu e abrange agora 17 pontos de diferentes questões da universidade, desde a construção de novos alojamentos para os estudantes sem moradia até a revogação de decretos do governo do estado e uma portaria referente a alocação e gastos do orçamento, os quais, segundo o movimento, ferem o conceito de autonomia universitária.Segundo Marília Rocha, membro da comissão de comunicação da ocupação, o movimento aguarda uma nova contra-proposta da reitoria às suas reivindicações. “A contra-proposta que ela nos fez é totalmente insuficiente. Ela foi rechaçada na assembléia de ontem”, afirmou. Uma das reivindicações que agora é comum a professores, estudantes e funcionários é a convocação de uma assembléia para votação de um nome estatuto da universidade e foi apelidada de “Estatuinte” - uma referência ao termo constituinte.“Precisamos discutir um novo estatuto dentro da universidade que data da ditadura militar, para que os estudantes possam participar das decisões”, opinou Rocha. Alunos e funcionários querem ser representados na “Estatuinte” e também nas instâncias de direção da qual não podem participar atualmente.