Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A Polícia Federal informou que até agora estãopresos 46 acusados de pertencer ao esquema dedesvio de recursos de obras públicas, investigados pelaOperação Navalha em nove estados e no Distrito Federal. Um deles foi preso hoje (18) em São Paulo, ao chegar dos EstadosUnidos. Em relação aos dois restantes, um ainda não foi preso e o outro, o conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ulisses César Martins de Sousa, obteve umhabeas corpus. Com isso, o total de mandados deprisão chega a 48 pessoas. Hoje, também começa a chegar a Brasília o material apreendido pela operação.A lista inclui dois prefeitos – Nilson Aparecido Leitão, deSinop (MT), e Luiz Carlos Caetano, de Camaçari (BA) –, umex-governador (José Reinaldo Tavares, do Maranhão), umdeputado do Distrito Federal (Pedro Passos Junior/PMDB), umex-deputado federal por Sergipe (José Ivam de CarvalhoPaixão/PPS) e um assessor do gabinete do Ministério dasMinas e Energia (Ivo Almeida Costa). Clique aqui para ler a lista divulgada pela Polícia Federal ontem (18).Pela manhã (18), a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, lembrou queos investigados são pessoas que tinham mais de até 30 anos no governo e setiverem culpa no caso significa a descoberta de um esquema que já vinha ocorrendo emmomentos anteriores. Quanto ao fato das investigações serem sobre oprincipal programa de investimentos do governo, o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a ministra lembrou que a PolíciaFederal considerou o fato "uma ameaça ao programa" e não uma fraude consumada, já que nãotinha sido realizada nenhuma licitação. O advogado do deputadodistrital Pedro Passos, Herman Barbosa, disse que a ministra doSuperior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, determinou que o parlamentar fique sob a custódia da PFaté que a Câmara Legislativa decida sobre o pedido derelaxamento de prisão. Herman disse que aministra voltou atrás, já que na ordem de prisãodo deputado estava escrito que a custódia seria da PolíciaLegislativa. Segundo ele, obedecendo a essa ordem, a Comissãode Constituição e Justiça determinou a prisãodomiciliar do deputado, sob a guarda da Polícia Legislativa.“Ficamos surpresoscom essa decisão, na medida em que o decreto de prisãodo deputado diz que a custódia é da CâmaraLegislativa. E agora a decisão [da ministra] diz que éda Polícia Federal”. O deputado teráque aguardar a próxima sessão do plenária daCamara Distrital para que o pedido de relaxamento seja votado.