Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - Agentes, técnicos e outrosservidores do sistema penitenciário de Pernambuco vão poder participar decursos de especialização nas áreas de direitos humanos, cidadania, primeirossocorros, dependência química, prevenção de stress, defesa pessoal e gerenciamentode crises, a exemplo de motins e rebeliões.
As capacitações serão disponibilizadas naprimeira Escola Penitenciária de Pernambuco, que estará funcionando nospróximos seis meses, em um prédio do bairro de Casa Forte, em Recife.
Os detalhes do projeto, a ser executado pelogoverno estadual em parceria com o governo federal e as universidades Federale Federal Rural de Pernambuco, estarão sendo debatidos hoje e amanhã (19),durante seminário no Park Hotel, em Boa Viagem, com a participação de representantesdo Ministério da Justiça, poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, alémde gestores do sistema prisional.
O diretor-geral do Departamento PenitenciárioNacional, Maurício Kuehne, um dos conferencistas, explicou que a escolapenitenciária é uma estratégia para tornar o sistema carcerário maishumanizado. ”Nós temos que preparar pessoal para lidar com seres humanosprivados temporariamente de liberdade, que devem voltar ao convívio com asociedade, em condições úteis. Para alcançar esse objetivo, nada melhor do queuma escola que prepare o pessoal técnico e administrativo, no sentido depropiciar melhor tratamento aos presos, evitando motins e rebeliões, dando umcaráter mais humanizador àqueles que perderam a liberdade, mas não acidadania”, declarou. Instituições deensino semelhantes ao projeto de Pernambuco já existem em 19 estados, incluindoRio Grande do Sul, Maranhão, Paraíba e Sergipe.
De acordo com o secretário estadual de Ressocialização, Humberto Vianna,os recursos para montagem da escola modelo serão repassados pelo Ministério daJustiça, por meio de convênio.
Ele disse que a realização dos cursos de formação vai tornar o serviçopenitenciário uma ação profissional, com planejamento e resultados. ”A partir domomento em que se investe emqualificação profissional de agentescarcerários, o sistema fica menos tenso internamente, mesmo havendo uma carênciade 7 mil vagas nos presídios. Aliada a essa ação da escola, o governo planeja também construir novas unidades prisionais ”,destacou.
Em Pernambuco a população carcerária é formada atualmente por 16 mil pessoas.