Produtores recebem bônus para compensar preço de feijão e arroz, abaixo do custo

09/05/2007 - 20h07

Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O feijão e oarroz são os únicos produtos da agricultura familiarque vão precisar de bônus do governo federal este mês.Os preços de mercado desses produtos ficaram abaixo dos custosde produção. A garantia é oferecida também,mas não teve de ser dada, às lavouras de milho, soja,leite e mandioca, que estão com preços lucrativos emrelação ao investimento dos produtores neste mês.OPrograma de Garantia de Preços para a Agricultura Familiar(PGPAF) foi instituído em dezembro pelo Conselho MonetárioNacional (CMN) para compensar os prejuízos dos produtores.Está sendo aplicado desde o mês de março último,para quem realizou financiamentos de custeio dentro do ProgramaNacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).Aoprocurar o banco que fez o financiamento para pagar sua mensalidade,o agricultor recebe um percentual de desconto, quando ocorre prejuízoentre o que gastou e o que vai ser arrecadado com a venda. Aestimativa dessa diferença é feita pela CompanhiaNacional de Abastecimento (Conab) e o Ministério doDesenvolvimento Agrário, através de pesquisa diáriasobre o comportamento de preços.O secretárioJoão Luiz Guadagnin, responsável pela área decrédito no Ministério de Desenvolvimento Agráriodisse que a medida, adotada através de resoluçãodo CMN "atendeu a uma antiga reivindicação dospequenos agricultores, que estão podendo a partir deste anofazer melhor seu planejamento de trabalho, ficando despreocupados coma possibilidade de prejuízos".Os pequenosprodutores de arroz que tiveram prejuízo neste mês sãoos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, Bahia, Mato Grosso doSul, Mato Grosso e Rondônia. A perda maior foi na Bahia, onde obônus será de 27%, em seguida Mato Grosso, com 6,5%; oRio Grande do Sul, com 4,8%; Santa Catarina 1,7%; Mato Grosso do Sul,com 1%; e Rondônia, com 0,34%.Na cultura do feijão,as perdas aconteceram no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, SãoPaulo, Paraná, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, DistritoFederal e Sul da Bahia. Quem teve mais defasagem entre o custeio e opreço final do feijão foi o Rio Grande do Sul, comdiferença de 32,3%, Santa Catarina, 30,7%, o Paraná,28,6%; Mato Grosso do Sul, 17,6%; Sul da Bahia, 9,6%; SãoPaulo, 8,6%; Distrito Federal, 5,2% e Minas Gerais, 3,45%.Oministério recomenda que os agricultores familiares quecontrataram financiamento de custeio "não precisam pagarantecipadamente as mensalidades porque têm garantia de bônuscontra prejuízos até a data dos vencimento nos bancos".Estes, recebem do ministério, agora, todo mês,autorização para aplicar o percentual que deve serdescontado do agricultor, "o que é feito sem qualquerburocracia", conforme explica o secretário de Créditodo ministério, Luiz Guadagnin.