Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A reunião em que os diretores da Petrobras Bolívia detalharam para o governo boliviano a proposta da estatal brasileira para a venda de 100% das ações das duas refinarias mantidas naquele país ocorreu em uma “atmosfera de muita cordialidade”, de acordo com informações publicadas hoje (9) na Agencia Boliviana de Información (ABI). Ainda assim, não foi desta vez que ficou definida a negociação. Segundo a agência, tanto a Petrobras como a Bolívia manterão silêncio e reserva em relação ao encontro e não darão declarações para a imprensa.No encontro, o presidente da empresa, José Fernando Freitas, explicou o teor da proposta. Agora, o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas, fará uma avaliação antes de se pronunciar a respeito. Ainda de acordo com informações da agência estatal boliviana, Freitas classificou o encontro como “cordial e muito tranqüilo”.Na avaliação da ABI, o clima favorável da reunião “confirma declarações dadas em Brasília pelo ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, de que “melhorou” a atmosfera das negociações entre as partes envolvidas".Este foi o primeiro encontro entre representes da Petrobras e do governo boliviano, após a decisão do presidente Evo Morales de proibir as petrolíferas que atuam no setor de refino no país de exportar petróleo reconstituído e gasolina branca – o que reduz a atratividade da atividade de refino e o fluxo de caixa das empresas.O prazo dado pela Petrobras para que a Bolívia dê uma resposta à proposta de venda termina à meia-noite de hoje, mas a estatal brasileira aguardará até a manhã de amanhã (10) por uma resposta do ministro Villegas. Só então a estatal deve se pronunciar.Citando fontes da própria agência, a ABI informa que a Petrobras teria pedido US$ 112 milhões pela venda das refinarias de Cochabamba e de Santa Cruz, e que a estatal brasileira teria pago US$ 104 milhões pelas duas plantas e investido outros US$ 19 milhões em sua modernização. As duas unidades têm capacidade de refino de 45 mil barris por dia.Segundo a ABI, o encontro começou às 9 horas, no Ministério de Hidrocarbonetos, em Santa Cruz de la Sierra. O presidente da Petrobras Bolívia chegou acompanhado de três executivos da estatal e, além do ministro Carlos Villegas, participaram representantes da técnicos da YPFB (a estatal boliviana do petróleo). A reunião terminou por volta das 12 horas.