Pernambuco lança plano de segurança com meta de reduzir violência em 12%

09/05/2007 - 0h21

Marcia Wonghon
Repórter da Agência Brasil
Recife - O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, lançou ontem (8) o Plano Estadual de Segurança Pública. As medidas previstas no documento devem ser executadas em quatro anos. Ainda no primeiro ano de plano, a meta é diminuir o número de assassinatos no estado em até 12%.Dados da Secretaria Estadual de Defesa Social indicam que de maio de 2006 a abril deste ano ocorreram em Pernambuco 4,7 mil assassinatos. Muitos homicídios foram encomendados a matadores de aluguel. No mês passado, 50 pessoas que integravam grupos de extermínio no estado acabaram presas.Para elaborar o Plano Estadual de Segurança Pública, o governo promoveu um Fórum Estadual de Segurança Pública. Durante quatro meses, 30 pessoas trabalharam na elaboração do documento, incluindo secretários de estado erepresentantes da sociedade civil. O plano segue orientações das políticas nacionale internacional de segurança pública.As ações incluem prevenção social a violência e investimentosem operações integradas de repressão ao crime organizado, com participação daspolícias Civil e Militar, Ministério Público e Judiciário. Também estáprevista a capacitação de policiais militares e a construção de cinco delegaciasespecializadas no atendimento a mulher.Segundo o pesquisador da Universidade Federalde Pernambuco José Luis Rattón, a segurança pública do estado precisa ser modernizadacom inteligência, informação, gestão e tecnologia. “Pernambuco está construindouma alternativa sistêmica que engloba prevenção, repressão qualificada docrime, articulação com a sociedade e mecanismo de gestão. É um novo formato para apolítica pública de segurança, voltada a garantia dos direitos humanos”, avaliou Rattón.O conjunto de iniciativas de prevenção da violência será implementado emparceria com as secretarias de Saúde, Educação, Cultura, Esportes, Cidades e Mulher. De acordo com o Fórum de Mulheres de Pernambuco, em 2006, mais de 300 mulheres– quase uma por dia – foram assassinadas, em sua maioria, por seuspróprios parceiros. As vítimas são principalmente jovens, negras epobres.