Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O segundo turno daseleições presidenciais timorenses foi um “sucesso”,afirmou em comunicado o Secretariado Técnico de AdministraçãoEleitoral (Stae) do Timor Leste, que prevê uma taxa departicipação “ligeiramente inferior” aos 81,67%registrados no primeiro turno. A informação é da Agência Lusa.“Todos os 504 centros devotação e as 705 zonas eleitorais reportaram teremaberto a tempo e de forma eficiente. Os eleitores formavam filasainda antes do amanhecer e todos que estavam na fila para votarexerceram o dever cívico”, informa o documento. Segundoavaliação do secretariado, a votaçãocomeçou e ocorreu de forma tranqüila em todo o país.Em38 centros de votação inacessíveis por rodovias,o material de votação foi entregue por equipes que sedeslocaram a pé e a cavalo, enquanto 54 vôos dehelicóptero das Nações Unidas e das Forçasde Estabilização Internacionais (ISF, na sigla eminglês) garantiram que o material eleitoral fosse entregue emoutros 44 locais específicos.Cerca de meio milhãode eleitores escolheram o sucessor de Xanana Gusmão, que sódeve ser conhecido sexta-feira ou sábado. Os candidatos são JoséRamos Horta, primeiro-ministro e independente, e Francisco Guterres“Lu-Olo”, apoiado pela Frente Revolucionária do TimorLeste Independente (Fretilin) e presidente do Parlamento, os doismais votados no primeiro turno, em 9 de abril.Ramos Horta contoucom medidas especiais de segurança por parte das NaçõesUnidas devido a uma ameaça "considerada crível"de que sofreria um ataque com arma pesada. O candidato, que votou nodistrito de Baucau (leste), foi acompanhado por uma forçaespecial de 13 oficiais da GNR (força de segurançamilitarizada lusa), de policiais da tropa de choque do Timor e aindade um grupo de guarda-costas.Segundo apurou a AgênciaLusa, foi Atul Khare, representante especial do secretário-geraldas Nações Unidas, que solicitou intervençãode forças especiais para proteger Ramos Horta, utilizando duasviaturas blindadas e armas especiais para sua proteção.Aameaça teria partido de um chefe de polícia (Gaspar daCosta) do distrito de Viqueque (sul), cujo afastamento tinha sidosolicitado por Ramos Horta antes do primeiro turno.Apesar dedefender que "mais vale prevenir do que remediar", ocandidato disse ter ficado "surpreso quando saía de casa"e viu a "GNR com dois blindados". Ele disse que houve“exagero por parte das Nações Unidas” e se sentiu"incomodado com tanta segurança".Acrescentouque considera a suposta ameaça uma "guerra psicológica"sem maiores conseqüências e declarou: “Nãoacredito nessas ameaças. É guerra psicológica,conversa de café, muito típico da nossa cultura.Ameaças só de boca. Não passam à ação”.