Joseph Ratzinger serviu ao exército alemão durante a 2ª Guerra Mundial

09/05/2007 - 6h40

Sabrina Craide
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A vida de Joseph Ratzinger foi marcada pela 2ª Guerra Mundial, e, como muitos jovens da Alemanha, ele teve que se alistar obrigatoriamente no exército nazista de Adolf Hitler. Mas, segundo o teólogo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Fernando Altemeyer Júnior, ele era contrário ao pensamento nazista, chegando a desertar do exército, o que lhe custou a prisão. “Ratzinger sempre se colocou contra as ditaduras, em especial ao nazi-facismo”, afirma Altemeyer. Ele também foi obrigado a trabalhar na BMW como operário convocado pelo governo alemão.

De acordo com o site do Vaticano, Ratzinger nasceu no dia 16 de abril de 1927, em Marktl am Inn, diocese de Passau, na Alemanha. Seu pai era comissário da polícia e vinha de uma família de agricultores da Baixa Baviera. Sua mãe era filha de artesãos e antes de casar trabalhara como cozinheira em vários hotéis. O papa passou a infância e adolescência em Traunstein, uma pequena localidade perto da fronteira com a Áustria.

Ratzinger se tornou sacerdote em 1951. Lecionou na Escola Superior de Freising e fez doutorado em teologia, com a tese “Povo e Casa de Deus na doutrina da Igreja de Santo Agostinho”. Foi professor de teologia dogmática e fundamental na Escola Superior de Filosofia e Teologia de Freising. A partir de 1969, passou a ser catedrático de dogmática e história do dogma na Universidade de Ratisbona, onde ocupou também o cargo de vice-reitor. “Jopseh Ratzinger é um intelectual de envergadura, que acompanhou, dentro das disciplinas das universidades européias, todo um requinte intelectual. É um grande professor, avalia Altemeyer.

Foi nomeado pelo papa Paulo VI como arcebispo de München e Freising, em 1977 e, mais tarde, como cardeal, do título presbiteral de “Santa Maria da Consolação no Tiburtino”. Em 1978, participou dos conclaves que elegeram João Paulo I e João Paulo II.

João Paulo II nomeou-o prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé e presidente da Pontifícia Comissão Bíblica e da Comissão Teológica Internacional. Em 1993, foi elevado à Ordem dos Bispos. Foi presidente da Comissão encarregada da preparação do Catecismo da Igreja Católica. Desde 13 de novembro de 2000, era membro honorário da Academia Pontifícia das Ciências.

Entre suas publicações, destacam-se os livros Introdução ao Cristianismo, uma compilação de lições universitárias publicadas em 1968 sobre a profissão de fé apostólica, e Dogma e Revelação (1973), uma antologia de ensaios, homilias e meditações, dedicadas à pastoral.