Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Termina hoje (4) na capital amazonense o Grito da Terra 2007, realizado pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetagri) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag). O objetivo é trazer à pauta de discussões as principais reivindicações dos trabalhadores da agricultura familiar no estado.Segundo o secretário de Políticas Assalariadas e Sociais da Fetagri, Edvaldo Lopes de Jesus, existem muitas questões que afligem os trabalhadores rurais em todo o Brasil mas, no Amazonas, em particular, a principal preocupação relaciona-se à Previdência Social. "A Previdência Social alcança mais de 7 milhões de trabalhadores rurais e é hoje para nós a principal política pública de distribuição de renda no campo. Precisamos que as regras para acesso dos trabalhadores rurais à Previdência estejam claras o suficiente para que maior número de agricultores possa ser beneficiado", afirma. Além das questões de Previdência Social, os agricultores amazonenses reivindicam liberação integral dos recursos orçamentários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) aprovados para 2007, como forma de garantir o atendimento adequado aos segurados; acesso dos assalariados rurais que trabalham em atividade de curta duração à aposentadoria por idade, de acordo com negociação feita no Grito da Terra Brasil 2006; contratação de peritos para o interior e reconhecimento da documentação das associações comunitárias como comprovação da atividade rural. A realização do Grito da Terra em Manaus está sendo considerada um marco pelos manifestantes. Desde 2002, a categoria não conseguia se mobilizar para fazer no Amazonas o que o Grito da Terra Brasil faz em nível nacional. "Não conseguíamos realizar esse evento em Manaus desde 2002. Este ano, estamos mobilizados e engajados para levar nossos problemas ao conhecimento público, buscando apoio e ajuda para resolução dos males que prejudicam a agricultura familiar na nossa região", destaca José Alfredo Maia Pontes, um dos manifestantes. Os trabalhadores também estiveram reunidos com a superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Socorro Feitosa. Ela disse que o objetivo foi tratar de assuntos pertinentes às questões agrárias que afligem centenas de agricultores no estado. "O Incra vê esse evento como uma ação positiva. Temos uma boa relação com os agentes dos movimentos sociais e vamos buscar sintonizar nossas ações com os pedidos feitos por eles à nossa superintendência. O que não estiver dentro da competência do Incra no Amazonas será encaminhado à superintendência nacional, a fim de que as questões apresentadas possam ser analisadas e atendidas de acordo com as necessidades", afirmou. As representações de agricultores preparam-se agora para a discussão dos temas em âmbito nacional, durante o Grito da Terra Brasil no fim do mês em Brasília.