Amanda Mota
Repórter da Agência Brasil
Manaus - Servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos RecursosNaturais Renováveis (Ibama) no Amazonas iniciaram hoje (4) greve portempo indeterminado contra o que consideram um "desmonte" dainstituição. O estado é o primeiro a deflagrar o movimento. O Ibama tem268 funcionários no Amazonas.Com a greve, estão funcionando apenas os serviços essenciais,como coleta e tratamento de animais silvestres, e fiscalizaçõesemergenciais, como a realizada no sul do estado, região que concentraos maiores problemas de desmatamento.O presidente da Associação dos Servidores do Ibama no Amazonas,Adilson Cordeiro, destaca que a greve não é por questões salariais, maspela unicidade do órgão. Na semana passada, foi publicada a medida provisória quecria uma nova autarquia federal, responsável pela gestão, implementação eproteção das unidades de conservação, o Instituto Chico Mendes. Além disso, foi modificada a estruturado Ministério do Meio Ambiente, com a criação de quatro novassecretarias."Não tenho dúvida nenhuma de que esse é o primeiro passo mais firmepara a extinção do Ibama. O Instituto Chico Mendes é um nome disfarçadopara tratar das unidades de conservação. Você tem as agências nacionaisde florestas, a Secretaria Especial da Pesca, e agora o que sobra? Nãosobra nada", questiona Cordeiro, para quem a "crise" no setor teriacomeçado porque o Ibama ainda não concedeulicenciamento ambiental para a construção das hidrelétricas do RioMadeira.O superintendente do Ibama no Amazonas, Henrique Pereira, diz queservidores do próprio órgão vão atuar no Instituto Chico Mendes. "Nósfomos convocados pelo Ministério do Meio Ambiente para tomarconhecimento das mudanças estruturais e da criação do Instituto ChicoMendes. Fomos orientados a apresentar, nos próximos 90 dias, asquestões administrativas para que haja a separação de recursos humanos,patrimônio, necessárias para a implantação do instituto", conta Pereira.A direção nacional do Ibama anunciou recentemente o fechamento dos escritórios regionais do Amazonas que não têm unidades de conservação. Seriam fechados os escritórios de Eirunepé, Tabatinga, Coari, Boca do Acre e Parintins.