Secretaria quer população mais informada sobre pesquisas com embriões

25/04/2007 - 11h11

Aline Bravim
Da Agência Brasil
Brasília - A utilização científica das células-tronco retiradas de embriões tem o governo federal como um dos principais defensores. Responsável pela coordenação do grupo de trabalho que discutiu inicialmente o tema, antes mesmo do Congresso Nacional, a Secretaria Especial de Direitos Humanos avalia que, no momento, a sociedade precisa de mais informações sobre os limites para os estudos, estabelecidos na Lei de Biossegurança.A autorização para pesquisas com células-tronco embrionárias foi questionada pela Procuradoria-Geral da República no Supremo Tribunal Federal (STF). Na semana passada, o tribunal promoveu uma audiência pública sobre o tema. O ministro do STF, Carlos Ayres Britto, prometeu elaborar até o final de junho um relatório sobre o caso.De acordo com a coordenadora nacional das Políticas de Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, Izabel Maior, é importante esclarecer à população que as pesquisas com células-tronco embrionárias não afetam o direito à vida. Os embriões utilizados não são aqueles que estão no útero da mãe. Estudos indicam que as células-tronco, quando usadas em tratamentos, têm a capacidade de se transformar em outras células e tecidos, permitindo diversas recuperações."As pesquisas estão sendo feitas com embriões que estão congelados e que não servem para fertilização. São embriões que serão descartados. Sem dúvida, há uma confusão entre proposta religiosa e o interesse da população”, argumenta Izabel Maior, que trabalha na Secretaria Especial de Direitos Humanos.Para ela, ainda que não se tenha certeza a respeito dos resultados dessas pesquisas, é um projeto no qual o governo deve investir. “Não se pode deixar de buscar tratamento futuro por falta de informação dos outros. O Brasil tem que acompanhar os outros países, caso contrário os doentes brasileiros terão que buscar tratamento no exterior."A coordenadora ressalta que os debates promovidos pelo STF e sociedade são extremamente válidos. Segundo ela, é um regime democrático, com o maior número de informações a fim de que as pessoas se sintam seguras. “O estado brasileiro tem a obrigação de levar informações à população e garantir a qualidade de vida das pessoas. A Secretaria de Direitos Humanos está confiante que o STF vai entender a importância das pesquisas."