Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O subprocurador-geral da República, Cláudio Fonteles, autor da ação direta de inconstitucionalidade (Adin) contra a utilização de células-tronco de embriões em pesquisas, voltou a defender hoje (20) a medida por acreditar que a vida começa na fecundação.Segundo Fonteles, a exposição de pesquisadores e cientistas durante a audiência pública promovida hoje (20) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) deixou claro que já existe vida no momento em que o óvulo e o espermatozóide se unem.
“Está demonstrado claramente que na fecundação já existe a vida humana. Porque ele [o embrião] se autodinamiza, ele se autoprograma, ele se movimenta. O útero materno é só o ninho, é só para onde ele vai. E também foi demonstrado que desde o momento da fecundação há um diálogo entre o feto e a mãe, traduzido em troca de proteínas”, disse Fonteles, referindo-se à exposição da especialista em biologia molecular Lílian Eça.
O subprocurador-geral da República disse ainda que a sua posição não tem relação com o fato deser católico, como, segundo ele, alguns setores da imprensa brasileiragostam de enfatizar. “Hoje caiu o mito que a imprensa brasileiragostava de me colocar, ou parte dela pelo menos, o mito que eu fiz issopor ser católico. Todos viram hoje aí, que todos os cientistas fizeramuma explanação estritamente ideológica e da medicina.” Para Fonteles, as pesquisas apontam a existência de outras terapias que não necessitam utilizar o embrião para promover a cura de alguns males. “Foi agora enfatizado, e com muita propriedade, de que há inúmeras outras terapias. Com células-tronco adultas, você tem 72 terapias em diversos órgãos. Com as células-tronco embrionárias, você não tem nenhuma.”