TSE adia julgamento de ação que investiga responsabilidade de petistas na compra de dossiê

19/04/2007 - 20h09

Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de membros daExecutiva Nacional do PT por causa da tentativa de compra de umdossiê contra políticos do PSDB nas eleiçõesde 2006 foi adiado para terça-feira (24). Segundo o TSE, oprocesso chegou a ser incluído na pauta do plenário,mas o relator da ação, ministro Cesar Asfor Rocha,ficou retido em julgamento no Superior Tribunal de Justiça(STJ) e não pôde comparecer à sessão dehoje (19).Na ação, a coligaçãoPor um Brasil Decente, que apoiou o candidato derrotado àPresidência da República Geraldo Alckmin (PSDB), alegouque o dinheiro encontrado com o empresário Valdebran Padilha eo advogado Gedimar Passos, US$ 248,8 mil e R$ 1,168 milhão,seriam usados para adquirir o dossiê com o objetivo deprejudicar o tucano na disputa presidencial. Para os tucanos, opresidente Lula teria cometido abuso de poder durante o episódio.O dossiê continha denúncias de que oatual governador de São Paulo, José Serra (PSDB),estava envolvido no esquema quando era ministro da Saúde dogoverno do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.A representação havia sidoprotocolada no TSE em 18 de setembro de 2006, dois dias apósos petistas Valdebran e Gedimar serem presos em flagrante num hotelem São Paulo. Câmeras de segurança do hotelflagraram o então coordenador da campanha do senador do PT,Aloízio Mercadante, ao governo de São Paulo, HamiltonLacerda, levando o dinheiro a Valdebran e Gedimar. Segundo a PolíciaFederal, que efetuou a prisão, eles são acusados detentar comprar o documento do empresário Luiz Antonio Vedoin,apontado pela CPI dos Sanguessugas como líder de um esquema decompra e venda de ambulâncias superfaturadas.Depois dequase 100 dias de investigação, a PolíciaFederal em Mato Grosso indiciou cinco acusados de participar da vendado dossiê. Além de Valdebran, Gedimar e Hamilton, foramindiciados Mercadante e o tesoureiro da sua campanha, JoséGiácomo Baccarin. Acusados de serem os mentores da negociaçãocom Vedoin, o ex-coordenador da equipe de inteligência dacampanha à reeleição de Lula Jorge Lorenzetti, ointegrante da campanha de Lula Oswaldo Bargas e o ex-diretor do Bancodo Brasil Expedito Veloso, não foram enquadrados em nenhumcrime.Além de Lula, estão entre os réusda representação dos tucanos o ex-ministro da JustiçaMárcio Thomaz Bastos, o presidente do PT, deputado RicardoBerzoini, e o ex-assessor da Presidência da RepúblicaFreud Godoy.No último dia 12, Mercadante foi inocentadode envolvimento no episódio pelo Supremo Tribunal Federal(STF). O pedido de indiciamento foi arquivado. O Supremo tambémsuspendeu a ação penal contra Baccarin.