Carolina Pimentel
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (16) que os países podem produzir biocombustíveis sem afetar as plantações de alimentos, ao contrário do que pensam os presidentes de Cuba, Fidel Castro, e da Venezuela, Hugo Chávez.Castro e Chávez vêm criticando o incentivo à fabricação de combustível alternativo, defendida pelo Brasil, pois poderia diminuir a produção de alimentos e aumentar a fome no mundo. Para Lula, as atividades podem ocorrer simultâneamente. Ele reconhece, porém, que é preciso uma política de Estado sobre o assunto. “Nós temos uma imensidão de um território, não apenas no Brasil, mas em todos os países da América do Sul, na África, que poderão tranqüilamente combinar a produção de oleaginosa [matéria-prima para o biodiesel] para produzir o biodiesel e de cana para produzir o etanol, e ao mesmo tempo, produzir alimento. O que nós precisamos é ser racionais, trabalhar com muito cuidado nisso. Nós temos que ter uma política de Estado, orientando onde vai ser produzido, que tipo de coisa vai ser utilizada. Isso nós estamos tratando com o maior carinho; pelo menos, no caso do Brasil, nós não temos essa preocupação”, disse Lula, no programa de rádio Café com o Presidente.Ele afirmou que não conhece a “base técnica ou científica das críticas”, mas espera ter oportunidade de discutir o assunto. Apesar das divergências sobre etanol e biodiesel, os presidentes Lula e Hugo Chávez anunciam hoje (16), no município de Barcelona, estado de Anzoátegui, a construção do Complexo Industrial do Jose, que marca o início de um projeto petroquímico conjunto que será desenvolvido no estado venezuelano.Os dois anunciam a parceria antes de embarcar para Ilha Margarita, onde começa a 1ª Cúpula Energética da Comunidade Sul-Americana de Nações.