Luziane Ximenes
Da Agência Brasil
Brasília - Cinco mil trabalhadores rurais do Movimento Sem-Terra (MST) chegaram a hoje (16) à capital baiana após caminhar sete dias e 100 quilômetros desde Feira de Santana, no interior do estado. Os manifestantes vão fazer atos amanhã para exigir punição aos assassinos dos trabalhares mortos em Eldorado de Carajás, em 1996 no Pará.Também querem negociar com autoridades estaduais a aceleração do processo de reforma agrária na Bahia. Hoje mesmo, o MST reuniu-se com o secretário bahiano da Agricultura e apresentaram suas reivindicações. Amanhã, o movimento reúne-se com autoridades locais em sessão na Assembléia Legislativa da Bahia.O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decretou hoje (16) a destinação à reforma agrária de quatro fazendas baianas. São a Fazenda Barra, situada no município Sento Sé, Fazenda Penha, do município de Nova Soure, Fazenda Agropecuária Águas Claras, em São Desidério e a Fazenda Periperi, no município de Barra.Mas esse decreto está muito aquém do número de sem terra na Bahia, segundo Márcio Matos, da coordenação estadual do MST. De acordo com o dirigente, são mais de 30 mil famílias que estão acampadas em território baiano. "É positivo esse decreto, mas é um avanço muito pequeno diante da necessidade que existe no estado da Bahia", disse.O superintende do Incra na Bahia, José Vilela Leal, afirma que, se houver a desapropriação dessas fazendas, 122 famílias serão beneficiadas. Segundo ele, vários processo de desapropriação caminham no Incra de Brasília. "Esperamos chegar no final do ano com um número significativo de famílias assentadas", disse.