Programa de Despoluição da Baía de Guanabara recebe recursos para concluir primeira fase

30/03/2007 - 15h27

Beatriz Mota
Da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara ganhouhoje (30) um reforço para conclusão de sua primeira fase, com a assinatura de contrato para liberação de cerca de R$ 58 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental. Assinado pelo governador do Rio, SérgioCabral, e pelo presidente da Nova Cedae, Wagner Victer, o contrato visa à conclusão das obras na Estação deTratamento de Esgoto de Alegria, no bairro do Caju. A Estação Alegria atende a uma das regiões que maisdespejam esgotos diariamente na baía, concentrando o centro do Rio, e osbairros da Leopoldina, São Cristóvão, Benfica, Caju, Mangueira,Maracanã, parte da Tijuca, Vila Isabel, Manguinhos, Jacarezinho eRiachuelo. Segundo a assessoria de imprensa da Nova Cedae, a expectativa é que, a partir de maio do ano que vem, o esgoto dosbairros seja transformado em água tratada, e não mais despejado innatura no mar. A presidente do Instituto Baía deGuanabara, Dora Hees, que acompanha há anos o Programa de Despoluição,afirmou, entretanto, que o dinheiro não será suficiente para o término da obra. “Eu vejo com muita satisfação que o governo injeterecursos para continuar as obras, mas tenho certeza de que, com essedinheiro, não vai dar para terminar tudo. Ainda falta ligar todas ascasas daquela Zona em sistemas de redes de esgoto, que são obras carase demoradas”, disse Dora. Ela informou que outrasestações de tratamento de esgoto que já tiveram suas obras concluídasainda não estão atuando da forma esperada. A Estação de São Gonçalo, naRegião Metropolitana do Rio, por exemplo, estaria funcionandoprecariamente, não dando conta do esgoto produzido no município.Dora Hees disse, no entanto, que, embora a primeirafase do programa de despoluição da Baía de Guanabara, que previa otratamento do esgoto doméstico e industrial, não tenha sido concluída,alguns resultados positivos já podem ser comprovados.“Hoje, o problema do lixo industrial quase não existemais, e a gente pode afirmar que a grande maioria das empresas eindústrias está tratando os seus despejos”, explicou.  O Programa de Despoluição da Baía de Guanabara,implantado há mais de dez anos pelo governo estadual do Rio de Janeiro,foi dividido em quatro fases para tratamento das águas. A previsão parao término da primeira etapa, que até hoje não foi finalizada, era decinco anos. Segundo Dora Hees, a demora se deveu à dificuldade derepasse dos recursos estrangeiros utilizados nas obras.