Brasil e México criam comissão para ampliar parcerias

28/03/2007 - 20h38

Mylena Fiori
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Brasil e México instalaram hoje (28) uma comissão binacional para aprofundar as relações comerciais e a cooperação em temas da agenda regional internacional. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, a comissão atende a “expressa determinação” dos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Felipe Calderón.O ministro confirmou visita de Lula ao México no segundo semestre do ano, provavelmente em agosto. Na ocasião, devem ser consolidados os acordos em diversas áreas que agora estão em discussão.A primeira reunião do grupo foi realizada nesta quarta-feira. Pelo lado brasileiro, além de Amorim, participaram os ministros da Fazenda, Guido Mantega; do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan; e de Minas e Energia, Silas Rondeau; e representantes de outros ministérios.Da parte mexicana, estiveram presentes os secretários de Relações Exteriores, Patricia Espinosa; de Energia, Georgina Kessel; e da Economia, Eduardo Sojo; além de representantes de outras secretarias e órgãos relacionados a questões da agenda bilateral.Uma possível parceria na área energética é um dos itens mencionados na Declaração Conjunta deste primeiro encontro. O documento cita o futuro intercâmbio científico-tecnológico entre a Petrobras e a estatal Pemex no campo de exploração e explotação de petróleo em águas profundas e ultra-profundas. De acordo com Amorim, os mexicanos começaram a manifestar interesse também no aproveitamento de fontes renováveis de energia. “Havia um certo ceticismo em relação aos biocombustíveis. Agora, ao contrário, há um entusiasmo, tanto que chegamos a discutir não só a cooperação entre Brasil e México, mas uma cooperação em terceiros países”. Ele acrescentou que o Brasil está disposto a repetir com o México a parceria firmada com os Estados Unidos para a produção de etanol em países da América Central.

Os dois países também manifestaram intenção na chamada cooperação trilateral, que envolve terceiros países. “A disposição de trabalharmos juntos na América Central, no Caribe e eventualmente também em algum país da América do Sul, é uma demonstração de que assumimos as nossas responsabilidades”, afirmou Amorim, acrescentando que também há possibilidade de uma atuação conjunta no Haiti.

Amorim também considera "promissoras" as perspectivas de cooperação na área de ciência e tecnologia. Segundo ele, a comissão deverá definir dois ou três projetos que serão o eixo de tal cooperação.