Representantes da juventude rural reclamam de dificuldades para ter acesso ao Pronaf Jovem

26/03/2007 - 15h47

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Representantes da juventude rural reunidos hoje(26) em Brasília no 1º Festival Nacional da JuventudeRural reclamaram das dificuldades para participar do ProgramaNacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Jovem (PronafJovem). Segundo eles, o financiamento é pouco acessível.O Pronaf Jovem atende jovens entre 16 e 25 anos deidade e tem por objetivo incentivar a permanência no campo eevitar o êxodo rural. Para conseguir o crédito, o jovemdeve ter concluído ou estar cursando centros familiares ouescola técnicas agrícolas, ou participar de estágiosde formação que preencham os requisitos da Secretariade Agricultura Familiar do Ministério do DesenvolvimentoAgrário (SAF). A coordenadora nacional dos Jovens TrabalhadoresRurais da Confederação Nacional dos Trabalhadores naAgricultura (Contag), Maria Elenice Anastácio, disse que oPronaf Jovem tem critérios de seleção quedificultam o acesso. “Existem alguns critérios que limitam ajuventude. Estar em escolas agrotécnicas é prioridadepara alguns, mas a maioria da juventude rural brasileira nãoteve acesso a escolas agrotécnicas ou escolas agrícolas”.De acordo com Maria Elenice, a principal limitação éa capacitação exigida. Segundo o coordenador da Comissão Estadualde Jovens da Federação de Trabalhadores na Agriculturade Rondônia, Fábio Menezes, poucos jovens conseguem ofinanciamento por causa da burocracia para ter acesso à linhade crédito. “A gente não está conseguindoacessar por falta de documentação e problemas naelaboração dos projetos. Enfim, algumas coisas que nãopermitem que a gente acesse. Em Rondônia mesmo a gente tem umnúmero muito pequeno de jovens que acessaram”, reclamou.“O Pronaf é uma iniciativa do governofederal, sendo que antes não existia programas direcionados àjuventude do campo. Porém esses programas são tímidos”,afirmou Maria Elenice. Ela reclama ainda da falta de participaçãodos governos estaduais e municipais. “É claro que nãodepende apenas do governo federal. Os governos estaduais e municipaistambém têm que assumir esse compromisso”, defendeu.