BNDES dobra ano a ano financiamento para biocombustíveis

26/03/2007 - 18h35

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) tem dobrado, ano a ano, seus empréstimos para investimento em produção de biocombustíveis, segundo o chefe do Departamento de Meio Ambiente do banco, Eduardo Bandeira de Mello. Em 2004, o banco começou a financiar o setor com pouco mais de R$ 500 milhões, segundo ele. Passou para R$ 1 bilhão em 2005 e, no ano passado, os desembolsos superaram os R$ 2 bilhões.São 62 projetos para produção de biodiesel na carteira do BNDES com um valor total de R$ 7,2 bilhões em empréstimos. Somente para produção de  etanol, os recursos do banco poderão alcançar R$ 6,5 bilhões.Bandeira de Mello revelou que o consumo de diesel no Brasil foi de 39 bilhões de litros em 2005. Mas a projeção é que alcance 50 bilhões de litros em 2013. O mercado potencial atual para o biodiesel é de 840 milhões de litros com a mistura diesel-biodiesel (B2) que será obrigatória a partir de 2008, chegando a cerca de 2,5 bilhões de litros em 2013, com a mistura B5, ou seja, com um adicional obrigatório de 5% de biodiesel ao diesel. No final de 2006, a carteira de projetos de biodiesel no BNDES somava 1 bilhão de litros.Números cedidos pelo chefe do departamento de Meio Ambiente do BNDES mostram que a produção de cana-de-açúcar e álcool entre 2005 e 2006 era de 386 milhões de toneladas. Esse número deverá elevar-se para 685 milhões de toneladas entre 2012/13. Do mesmo modo as 330 usinas hoje existentes atingirão um número superior a 400 até 2013.A área cultivada que era de 5,6 milhões de hectares até o final do ano passado, deverá chegar a 8 milhões de hectares. A produção de álcool de 16 bilhões de litros deverá subir para 25 bilhões de litros em  sete anos, com as exportações elevando-se de 2,6 bilhões de litros para 4 bilhões de litros no período. O consumo interno também deverá mostrar expansão, passando de 13,4 bilhões de litros para 21 bilhões de litros, informou Bandeira de Mello.