ONG britânica destaca Unaí, em Minas Gerais, como exemplo mundial de abastecimento público de água

25/03/2007 - 12h57

Marcela Rebelo
Repórter da Agência Brasil
Unaí (MG) - Com 76 mil habitantes, a cidade de Unaí (MG) é um exemplo para o mundode como resolver o problema de abastecimento de água para a população,segundo a organização não-governamental (ONG) britânica World Development Movement(Movimento de Desenvolvimento Mundial), que incluiu o município mineiroem uma publicação sobre soluções do Hemisfério Sul para a crise globalda água.Unaí atingiu a universalização: 100% das residências do municípiorecebem água tratada. Para o secretário de Desenvolvimento e MeioAmbiente de Unaí, Alcides Ribeiro, a conquista foi resultado da pressãopopular. “Não é fruto só da gestão pública. É fruto da população, acomunidade é participativa”, disse à Agência Brasil.O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAAE) de Unaí, responsávelpelo abastecimento de água no município, fixou um sistema diferenciadode tarifas.A população de baixa renda, que consome até 10 metros cúbicos por mês,paga um valor mensal fixo de R$ 9,45. “A população de maior poderaquisitivo subsidia quem ganha menos”, explicou o diretor do SAAE domunicípio, Geraldo Oliveira. Ele garante que, mesmo quem consome mais,não reclama dos valores cobrados.“Mesmo quem paga mais, não chega a 50% do valor cobrado pelaCompanhia estadual de abastecimento, a Copasa”, comparou Oliveira. Odiretor explica que parte do valor cobrado das tarifas é reservada parainvestimentos na SAAE. “Deixamos uma margem de 25% para atender ademanda do crescimento urbano.”Com essa política, Unaí tem água tratada garantida para toda apopulação, pelo menos, por mais 11 anos. “A estrutura que temos hoje épara atender até 2018. Mas já estamos modernizando e projetando aestação de tratamento para que essa expectativa aumente”, destacou.Além de Unaí, a ONG britânica citou outras três cidades brasileirascomo exemplos de como solucionar a crise global da água: Alagoinhas(BA), Guarulhos (SP) e Porto Alegre (RS).  Os casos citados napublicação da ONG foram apresentados pela Associação Nacional dosServiços Municipais de Saneamento (Assemae).