Brasil fabricou, de 2002 a 2006, cinco vezes mais armas do que recolheu na Campanha do Desarmamento

24/03/2007 - 11h43

Vítor Abdala
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A indústriabélica brasileira produziu 2,3 milhões de armas nosúltimos cinco anos, das quais 531 mil (a maioria pistolas erevólveres) foram destinadas ao mercado nacional, parapolícias, forças armadas e público civil. Osdados, da Diretoria de Fiscalização de ProdutosControlados do Exército, foram divulgados com exclusividadepara a Agência Brasil.O levantamento doExército mostra que a quantidade de armamento vendida pelasfábricas brasileiras dentro do mercado nacional (531 milarmas) é maior do que as 464 mil armas recolhidas pelaCampanha do Desarmamento, realizada pelo Ministério daJustiça, entre os anos de 2004 e 2005.O grupo de pesquisasSmall Arms Survey, do Instituto de Estudos Internacionais deGenebra (Suíça) coloca o Brasil como um dos maioresfabricantes de armas de pequeno porte do mundo, ao lado de paísescomo China, Rússia, Alemanha, Bélgica e Estados Unidos.O especialista emTecnologia Militar da Universidade Federal de Juiz de Fora, ExpeditoBastos, afirma que, “no ramo de revólveres e de pistolas, oBrasil é um dos grandes fabricantes”. Segundo ele, “nessesdois itens, o país tem uma certa tradição. Tantoque as armas brasileiras são adotadas em diversos países,seja Estados Unidos, Austrália ou países da AméricaLatina. Nós temos uma produção grande nessaárea”.A produçãobrasileira de armas pequenas e leves se concentra em poucas empresas.A maior delas é a gaúcha Taurus, grande fabricanteprivada de pistolas. Outras duas também se destacam: a estatalIndústria de Material Bélico (Imbel), vinculada aoExército, que fabrica pistolas e fuzis, e a CBC, únicaprodutora brasileira de munição civil que tambémfabrica armas como rifles. O país ainda abriga pequenosfabricantes como a Boito/E.R. Amantino.