Pequenos agricultores do Rio Grande do Sul reclamam solução para endividamento

23/03/2007 - 17h46

Shirley Prestes
Repórter da Agência Brasil
Porto Alegre - A maioria das 250mil pequenas propriedades rurais no Rio Grande do Sul estáendividada por causa dos financiamentos para custeio e investimentonas lavouras. Para denunciar essa situação ereivindicar uma solução aos governos federal e doestado, o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) fez hoje (23)várias manifestações.“A idéia échamar a atenção para o endividamento das pequenaspropriedades, que é resultado direto do modelo de agronegócio,baseado na monocultura, implantado no país”, disse LecianConrad, da direção estadual do MPA. Segundo ele, essetipo de agricultura (monocultura) não permite que o pequenoprodutor tenha uma renda constante. “Basta a gente atravessaralgumas safras com problema de clima, que a situação seagrava cada vez mais”.Os protestos, quefazem parte de jornada nacional do MPA, mobilizaram quase 3 milprodutores em assembléias, atos público, marchas ebloqueio de estradas. As maiores manifestações foramrealizadas em Camaquã, Boa Vista das Missões e SantoAugusto, onde o trânsito foi bloqueado nas BRs 386 e 468. EmSanta Cruz do Sul, o MPA pediu o fim da exploração dosfumicultores gaúchos e o cumprimento da legislaçãoambiental, com a proibição do plantio de eucaliptos epínus no estado. Além demais financiamentos e retomada dos programas oficiais, o MPA pede ofim da cobrança do Imposto sobre Circulação deMercadorias e Serviços (ICMS) para as residências ruraisque consomem até 100 kilowatts por mês. “A medida, queisenta os grandes fazendeiros, afeta os pequenos agricultores”,reclama o movimento, que também reivindica o fortalecimento daCompanhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa).Na pauta dereivindicações ao governo federal, que foi protocoladaontem (22) em Brasília, o MPA defende o alongamento e arenegociação das dívidas acumuladas nos últimos18 anos; um crédito de reestruturação daagricultura camponesa; o fortalecimento dos programas de habitaçãorural; garantia de preço e comercialização paraa produção; seguro agrícola e manutençãodos direitos previdenciários para os trabalhadores rurais.Em Porto Alegre, omovimento também protocolou a pauta de reivindicaçõesao governo do Rio Grande do Sul no Palácio Piratini, na Caixaestadual e na Secretaria de Agricultura.