Ministério da Saúde contesta números de instituto sobre atendimento a deficientes

23/03/2007 - 11h45

Clara Mousinho
Da Agência Brasil
Brasília - Na última quarta-feira (21), a coordenadora geral do Instituto MetaSocial, Helena Wernek, afirmou que cerca de 85% das famílias onde há alguma pessoa com deficiência física não têm acesso aos serviços básicos de saúde. A coordenadora da Área Técnica de Saúde da Pessoa Deficiente do Ministério da Saúde, Sheila Miranda da Silva, afirma que esse número não está de acordo com a realidade. “O Sistema Único de Saúde (SUS) tem uma capilaridade contratada e conveniada muito grande.  Existem Associações de Pais e Amigos de Excepcionais (Apaes), outras instituições e associações de pessoas com deficiência. Além disso, hospitais públicos, filantrópicos e universitários dão cobertura”, contesta.A Área Técnica de Saúde da Pessoa Deficiente do Ministério da Saúde é responsável pelo tratamento de deficiência mental, física, auditiva, visual, que sofreram ostomia (cirurgia que desconecta o tubo digestivo, respiratório ou urinário para colocação de um tubo), pessoas com distrofia muscular progressiva e com osteogênese imperfecta (fragilidade óssea).“O SUS oferece procedimentos de fisioterapia, psicologia, fonoaudiologia, consultas médicas específicas de cada área, equipes de reabilitação, fornecimento de aparelhos de amplificação sonora, próteses ortopédicas e oculares. Em síntese, o SUS oferece não só a habilitação como próteses.”Sheila Miranda reconhece que a cobertura do SUS não é completa. “É obvio que a cobertura não é 100%. Nós temos ainda uma dívida social importante. A Região Norte, por exemplo, ainda precisa ser atendida e devem ser desenvolvidas políticas públicas mais localizadas. Mas jamais é essa cobertura tão pobre.”Segundo a coordenadora, o Ministério da Saúde investe R$ 1 bilhão todos os anos em tratamento de deficiências, incluindo a manutenção da redes de hospitais de reabilitação Sara Kubitschek. Dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) , em 2000, revelam que 24 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência declarada.