Maioria da população nunca utilizou internet porque acesso ao computador é restrito

23/03/2007 - 19h29

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A maioria dos brasileiros não utiliza a rede mundial de computadores – cerca de 128 milhões de brasileiros, em 2005, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que fazem parte de um suplemento especial da Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD – 2005) sobre o uso das tecnologias de informação e comunicação no país.Realizado em parceria com o Comitê Gestor da Internet, o levantamento traçou o perfil dos usuários de internet e telefone celular, o estudo mostra que o principal impedimento apontado pelos entrevistados é justamente a impossibilidade de acesso ao computador, seja ele em telecentros públicos, organizações não-governamentais, no trabalho ou acesso privado nas residências. O argumento foi mencionado por 37,2% dos entrevistados. Entre os estudantes, o percentual dos que deixam de usar a internet para realizar trabalhos escolares por falta de computador passa de 50%.Regionalmente, a pesquisa do IBGE revelou disparidade na utilização da internet. O maior percentual de usuários foi observado no Sudeste (26,3%), enquanto o Norte e Nordeste tiveram o menor número de internautas (12% e 11,9%, respectivamente). O índice mais alto de usuários entre as unidades da federação foi registrado no Distrito Federal, que chegou a 41,1% da população acima de 10 anos.Em relação ao uso do telefone celular, o levantamento do IBGE mostrou que 36,7% das pessoas com mais de 10 anos de idade, possuíam o equipamento em 2005. A população com idade entre 25 e 29 anos é a que mais utiliza o serviço. Até a faixa os 24 anos o percentual de usuários de celular é maior entre as mulheres, depois dessa idade a situação se inverte.Segundo a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, o perfil do usuário de celular não é tão jovem quanto o da internet e está mais relacionado com a ocupação profissional do que com a educação. “Não existe tanta escolaridade, o uso do celular é muito mais fácil do que o da internet. O valor do bem é menor do que o do computador. Ele é muito utilizado, por exemplo, por pessoas ligadas a serviços domésticos, ou no transporte, por taxistas”, destacou.As regiões Sul e Centro-Oeste são as que apresentam o maior número de usuários de telefonia móvel, enquanto o Nordeste tem o menor percentual. A pesquisa do IBGE foi realizada em 140 mil domicílios brasileiros e os resultados serão utilizados para nortear a execução de políticas públicas do governo federal na área de tecnologia da informação e comunicação.