Gastos com transportes reduziram saldo de conta corrente externa em fevereiro

23/03/2007 - 13h00

Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O balanço de pagamentos (todas as transações do país com o exterior) registrou saldo de US$ 9,3 bilhões no mês de fevereiro, como mostra o relatório de Setor Externo, divulgado hoje (23) pelo Banco Central.Depois de deduzidas todas as transações comerciais e financeiras com o exterior, o chamado saldo de conta corrente ficou em apenas US$ 593 milhões; um "pouco abaixo da expectativa anterior", de US$ 850 milhões, conforme ressaltou o chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes.Ele disse que a redução na projeção foi provocada basicamente pelas despesas líquidas com transportes, que somaram US$ 277 milhões no mês, com crescimento de 59,3% em relação ao mesmo mês do ano passado. Mas, outros gastos também aumentaram acima da média, em especial aluguel de equipamentos (20%), despesas com computação e informações (55,1%) e na conta de viagens internacionais (10,42%).Apesar do aumento das despesas, Altamir Lopes destacou que a conta corrente externa acumula saldo de R$ 14,1 bilhões nos últimos 12 meses. Apesar do menor desempenho do saldo comercial neste ano, em relação ao ano passado, quando fechou em US$ 46,077 bilhões, o BC reviu a projeção anterior, de US$ 4,5 bilhões para US$ 7,7 bilhões no saldo anual de transações correntes; e a expectativa de saldo comercial aumentou de US$ 35 bilhões para US$ 37 bilhões."Mais próximo do que o mercado espera", de acordo com Altamir, mas ainda aquém da estimativa de US$ 39,4 bilhões, divulgada no último Boletim Focus, que traz resultados de pesquisa do BC com analistas de mercado.Essa melhora dos números, somada à "perspectiva de uma economia em crescimento e de um cenário macroeconômico estável", segundo Altamir, tende a aumentar o volume de recursos estrangeiros para investimentos produtivos no Brasil. Por isso, o BC elevou de US$ 18 bilhões para US$ 20 bilhões a projeção de entrada de capital estrangeiro no ano,porque "os últimos dados mostram tendência de aumento", afirmou o economista do BC.