Retomar Angra 3 não é prioridade, diz coordenador da universidade do Rio de Janeiro

22/03/2007 - 19h43

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O coordenador de Planejamento Energético da unidade de Pós-Graduação em Engenharia da UniversidadeFederal do Rio de Janeiro, Luiz Pinguelli Rosa, avalia que a retomada da construção da usina nuclear Angra 3 não é prioritária para o país.Segundo ele, a urgência no atual momento é "desatar o nó" das hidrelétricas brasileiras. “O mais importante é que estamos deixando de lado as hidrelétricas e construindo usinas a carvão, que são muito poluentes”, disse, acrescentando não ser contrário ao debate sobre Angra 3.Para o professor, a preocupação geral não deve se restringir ao que já foi gasto no projeto, mas sim, verificar o que falta investir para colocar a usina em operação e comparar  os gastos com outras  opções de geração de energia.De acordo com a Eletronuclear, estatal que constrói e operaas usinas nucleares no Brasil, os custos com equipamentos já adquiridos somam US$ 750 milhões.“Esse é o critério: o que eu já joguei fora, joguei. Por outro lado, o que será preciso gastar para completar o projeto, que é da ordem de US$ 1,7 bilhão, tem de ser posto em perspectiva para ver se, com com esse mesmo valor, eu obtenho mais energia de outra fonte”. Pinguelli afirma que esses recursos a serem gastos poderiam ser canalizados para a geração hidrelétrica. “Mas agora cabe ao governo dissecar o problema”.