Brasil gasta US$ 20 milhões por ano para conservar equipamentos de Angra 3, diz professor

22/03/2007 - 20h42

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O professor Aquilino Senra, do Programa de Engenharia Nuclear da Universidade Federal do Rio de Janeiro, afirma que o Brasil gasta por ano US$ 20 milhões na manutenção dos equipamentos comprados para a construção da usina Angra 3."Considerandoque o projeto está parado há quase 25 anos, os gastos para aconservação em todo esse período chegam a cerca de US$ 500 milhões".Ele acrescenta que, somados aos US$ 750 milhões que o país empregou na compra dos equipamentos (de acordo com a Eletronuclear, estatal responsável pela operação de Angra 1 e Angra 2), o Brasil já investiu US$ 1,25 bilhão na usina nuclear. Isso, segundo ele, justifica "plenamente" a opção por concluir o projeto, inclusive "pela questão do respeito ao desperdício".O professor diz, ainda, que uma usina como Angra 3 demanda entre quatro a cinco anos para gerar energia, ou seja, para começar a operar. Por isso, a solução mais viável seria a implementação da usina, até porque, ela tem boa parte dos equipamentos.Para Senra, outro fator favorável à construção é a intenção de financiamento externo para o restante da obra. Em fevereiro de 2007, durante visita à Federação das Indústriasdo Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a ministra do Comércio Exterior daFrança,  Christine Lagarde, confirmou o interesse do governo francês em participar do projeto, por meio da estatal  Areva.De acordo com ele, o interesse da França decorre do fato de que 80% da energia elétrica gerada na França vir de usinas nucleares.Ele avalia outros países estariam interessados apenas em  disputar o mercado que vier a existir a partir da geração de energia nuclear pelo Brasil.