Mineradora não comenta laudo sobre culpa por vazamento de lama na Zona da Mata

21/03/2007 - 1h41

Aline Beckstein
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A mineradora Rio Pomba se recusa a comentar o laudo que confirma sua culpa pelo vazamento de lama ocorrido em janeiro na Zona da Mata mineira, que causou grave acidente ecológico.O estudo da Fundação Estadual de Meio Ambiente de Minas Gerais (Feam) aponta a mineradora como responsável pelo rompimento da barragem São Francisco, em Miraí. De acordo com a assessoria de imprensa, a empresa só vai se pronunciar após recebê-lo oficialmente.O laudo, elaborado por um consultor internacional, chega à mesma conclusão do Ministério Público de Minas, apontando como provável causa do rompimento o desnível da crista da barragem onde havia uma estrada deacesso ao local.Segundo a assessoria da Feam, esse relatório conclui as investigações. Em janeiro do ano passado, a fundação aplicou multa de R$ 75 milhões e impediu a mineradora de funcionar.O vazamento, ocorrido no dia 10 de janeiro, derramou pelo menos 2 bilhões de litros de lama em rios da região, atingindo os municípios de Miraí, Muriaé e Patrocínio de Muriaé, em Minas Gerais, além de Laje do Muriaé e Itaperuna, no Rio.Passados mais de dois meses, os municípios prejudicados ainda não se recuperaram dos prejuízos econômicos e ambientais. Segundo o vice-prefeito de Muriaé, Rodrigo Guarçoni, os problemas são mais graves nas áreas rurais. "A lama oriunda do rompimento da barragem por vários anos terá impacto sobre as propriedades, ocasionando também perda de culturas e pastagens, principalmente nas áreas mais baixas".