Israel define oficialmente como guerra o último conflito com Hizbollah

19/03/2007 - 21h28

Julio Cruz Neto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Israel decidiu caracterizar oficialmente o conflito do ano passado com o Hizbollah como uma guerra. O objetivo, segundo o governo, é permitir que os envolvidos no conflito, ou seus familiares, recebam as devidas gratificações.“Isso abre uma janela para as pessoas receberem compensação”, explicou hoje (19) à Agência Brasil o embaixador Nimrod Barkan, diretor do Centro de Pesquisa Política do Ministério das Relações Exteriores de Israel.O embaixador afirmou que o governo percebeu que as pessoas chamavam o conflito de guerra, e não necessariamente de campanha e operação, expressões usadas oficialmente até o momento. Segundo ele, foi uma decisão de caráter “econômico e popular”.Durante a "guerra" ocorrida em meados do ano passado, 3 mil brasileiros fugiram do Líbano através do esquema de resgate montado pelo governo brasileiro.No encontro que teve com jornalistas e acadêmicos brasileiros na Embaixada de Israel, Barkan falou também da forma como seu governo vê atualmente o grupo armado e político libanês Hizbollah.O embaixador reconheceu que o Hizbollah tem uma agenda própria; que não é simplesmente um grupo armado, mas um “significativo partido político” com papel relevante na política libanesa. Lembrou que o grupo nasceu da Guarda Revolucionária Iraniana, mas atualmente representa a “maior comunidade étnica” do Líbano, os xiitas, que são cerca de 40% da população.A definição do que é o Hizbollah varia muito. Os simpatizantes preferem chamá-lo de partido político, o que de fato ele é. Os mais críticos, como os Estados Unidos, classificam-no como grupo terrorista e consideram sua entrada na vida política libanesa um subterfúgio para legitimar e aumentar sua influência na sociedade.