Aumentam reclamações contra clubes de lazer, aponta relatório do Procon paulista

18/03/2007 - 1h56

Elaine Patricia Cruz e Gabriel Corrêa
Da Agência Brasil
São Paulo - O grande número de reclamações de consumidores, no ano de 2006, contra clubes de lazer foi apontado por Roberto Pfeiffer, diretor-executivo da Fundação Procon de São Paulo, como "a grande novidade" do relatório divulgado na última quinta-feira (15) à imprensa. O campeão de reclamações na área de serviços privados é o Parque Aquático do Gugu/Fantasy Acqua Club, que recebeu 829 queixas, seguido pelo Candeias Esporte, Lazer e Recreação, com 365. Nenhum dos dois clubes entrou em acordo com os consumidores para a solução dos problemas.De acordo com o relatório, a área de serviços privados respondeu por 4.749 das 20.764 reclamações atendidas pela fundação no ano passado, sendo a terceira área técnica a receber mais queixas. As reclamações apontam casos de consumidores que adquiriram títulos desses clubes e deixaram de freqüentá-lo há muito tempo, mas foram depois surpreendidos com cobranças retroativas e ameaças de terem seus nomes incluídos em cadastros de inadimplentes. Segundo Pfeiffer, o problema foi encaminhado ao Ministério Público, que está movendo ação coletiva.A área campeã de reclamações em 2006 foi a de serviços essenciais (água, luz e telefonia), com 5.678 queixas, seguida pela área de produtos, com 5.584. No caso de produtos, os principais problemas foram relacionados às entregas com defeitos, com destaque para a compra de aparelhos celulares. Na área de alimentos, o relatório apontou que as quatro empresas com maior número de reclamações comercializavam produtos com finalidade terapêutica. As empresas WBPC E-Vendas (178 reclamações), Easy Buy (56), Nutriplus TBA BR Distribuidora de Produtos (7) e Nutriplus TBA do Brasil Distribuidora (3) não tinham registro obrigatório para esse segmento e foram denunciadas, pelo Procon, à Agência Nacional de Vigilância Sanitária e outros órgãos ligados ao Ministério da Justiça e à Polícia Federal. “A Fundação Procon-SP entende que os produtos comercializados como alimentos com finalidade terapêutica, em especial aqueles destinados à perda de peso, apresentam potencial de risco e seu uso deve ser indicado por profissional competente”, diz o relatório. A principal reclamação dos consumidores, nesse caso, foi de não terem obtido os resultados prometidos e, em alguns casos, terem registrado reações adversas associadas ao consumo do produto.  As empresas Sul América (62 reclamações), Blue Life (28), Intersaúde (26) e Plame Odonto (25) são as líderes de reclamações na área de saúde. Segundo Pfeiffer, o maior problema nessa área “são as negativas de cobertura e dúvidas quanto ao reembolso e reajustes de contrato”.Na área de assuntos financeiros, o segmento que mais teve problemas foi o de cartões de crédito e de desconto. O relatório do Procon ainda apresenta 121 reclamações contra empresas da área de habitação, relacionadas principalmente à demora na entrega do imóvel e dúvidas sobre os valores dos reajustes dos contratos.