Especialistas cobram política contínua para educação com foco nos profissionais

16/03/2007 - 17h26

Irene Lôbo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Oministro da Educação, Fernando Haddad, apresentou ontem (15) as linhas geriasdo Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). De forma geral, os especialistasque participaram da reunião elogiaram o plano, mas defenderam que o governoestabeleça uma política de longo prazo, com base na formação de umsistema nacional de aperfeiçoamento dos professores e outros profissionais do setor.A presidente da ConfederaçãoNacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Jussara Dutra, cobrou uma visãomais sistêmica da educação, que pense a realidade brasileira e veja o alunocomo cidadão que tem direito a aprender.Para a presidente da CNTE, adescontinuidade política é um dos grandes problemas da educação brasileira. “Hámuitos programas, projetos e ações que são temporários e não são políticasefetivas. Então essa questão do sistema é uma questão essencial”, afirmouDutra.O professor Marcelo Soares,do Fórum de Diretores de Faculdades das Universidades Públicas Brasileira, disseque o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE) deve pensar na construção deum sistema nacional de formação de professores: “Um professor não pode serreduzido a um dador de aulas."Em relação à jornada detrabalho dos professores, ele defendeu a elaboração de uma política de bolsaspara a capacitação dos professores da educação básica e uma política devalorização dos profissionais da educação.Apresidente da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE),Clélia Brandão, lembrou que a educação básica é um pilar fundamental emqualquer desenvolvimento sustentável. Ela também cobrou ações para a formaçãoprofissional dos professores e dos gestores da educação.A presidentedo Conselho Nacional de Secretários de Educação(Consed), Maria Auxiliadora Seabra, destacouque é preciso haver a integração das ações da União, estados e municípios nonovo sistema de educação.Para ela, um dos pontos centrais que precisa ser tratado no novo plano é aquestão da educação no campo. “O país precisa deixar de achar que a educação docampo é periférica.”