Ivan Richard
Da Agência Brasil
Brasília - A Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Federal(Condsef) lançou hoje (15), na Câmara dos Deputados, a Campanha Salarial 2007.A principal reivindicação dos servidores é a alteração do texto do projeto delei que limita pelos próximos dez anos o crescimento da folha de pagamento doserviço público, previsto no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Aproposta do governo é de que a folha não deverá crescer mais do que a inflaçãoacrescidos 1,5%. O presidente nacional da CUT, Artur Henrique, condenou o projetoafirmando que é um “desrespeito” aos acordos firmados entre o governo e osservidores ao longo do ano passado. “Queremos a mesa de negociação sendoretomada para debater as reivindicações dos servidores e também discutiralterações especificamente nesse ponto do PAC, porque entendemos que ele podetrazer problemas para o próprio Estado”, afirmou.Na avaliação do presidente da CUT, o crescimento natural dafolha de pagamento já atingirá o limite estabelecido pelo PAC, o que poderá atrapalharo crescimento econômico do país, que é a principal meta do programa dogoverno. “Não se trata apenas de uma questão de reajuste salarial dosfuncionários públicos. Quando se coloca que a folha de pagamento não podecrescer mais, isso impede até que se faça novas contratações. E se for precisocontratar uma grande quantidade de trabalhadores do serviço de saúde, deeducação e a contratação acabar fazendo com que a folha aumente”, questionou.“Estamos falando também do papel do Estado. Não é possívelque se tenha uma nação cujo principal objetivo é o crescimento econômico e setenha um projeto que limita o gasto com a folha de pagamento”, argumentouHenrique.Durante o lançamento da campanha, o deputado Vicentinho(PT-SP) anunciou que enviaria ainda hoje à Mesa da Câmara um projeto de lei queimpede a limitação do reajuste salarial da categoria. O deputado defende que oaumento deve ser fruto de negociação e não regulado por lei.“Há gente que ganha muito, outros que ganham pouco. A minhaproposta é de que haja um contrato coletivo de trabalho, discutido, definidopara assegurar esse entendimento. Ao em vez de se definir algo que congele, que(o reajuste) seja resultado de negociação”, afirmou Vicentinho.