Furlan diz que governo prepara desoneração nos setores de tecnologia e comunicação

15/03/2007 - 14h57

Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Os setores de tecnologia e comunicação terão diminuição ouisenção de tributos em 90 dias. A informação foi dada hoje (15) pelo ministrodo Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, depoisde participar da abertura do Fórum do Conselho Nacional de SecretáriosEstaduais para Assuntos de Ciência, Tecnologia (Consecti) e do ConselhoNacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap).Segundo Furlan, o setor será desonerado da participação noPrograma de Integração Social (PIS), da Contribuição para Financiamento daSeguridade Social (Cofins), da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico(Cide) incidente sobre os combustíveis, do Imposto Sobre Serviços e de encargostrabalhistas. “Estamos considerando as pessoas que trabalham em casa, emhorários diferentes (não comercial)”, explicou.De acordo com Furlan, a desoneração vai estimular a geraçãode 100 mil empregos na área de ciência e tecnologia em quatro anos e o aumentodas exportações de serviços de US$ 1 bilhão previsto para este ano para US$ 5bilhões, em 2010.Segundo o ministro, esse pacote não foi incluído no Programade Aceleração do Crescimento (PAC) porque é específico para o setor deserviços. “O PAC era menos sobre a área de serviços. O PAC está olhando parainfra-estrutura”, disse. O ministro disse que o objetivo do governo com a desoneraçãoé dar competitividade ao Brasil no setor. “Não há ainda uma decisão, mas há umainterrelação do setor privado e o governo no sentido de colocar o Brasil emcondições de competir com o que é oferecido por outros países, inclusive comArgentina e Uruguai, que estão atraindo empresas deste setor”, disse.Furlan afirmou que o fato de estar deixando o governo nãointerfere na conclusão do pacote. “As iniciativas não dependem diretamente depessoas. Essa tese foi abraçada pelos ministérios. E agora é questão de tempo edetalhes”, argumentou.O ministro disse ainda que ganhou experiência ao deixar ainiciativa privada ao participar do governo. “É  bom sempre mudar delado do balcão. Eu mudei de lado nos últimos quatro anos. Eu sei asdificuldades do setor publico”, admitiu.O ministro garantiu que não haverá falta de recursos parainvestimento em ciência e tecnologia no país. “Há uma compreensão das maisaltas autoridades do país que esse é o momento (de investir)”.“Aprendi ao longo dos anos a fazer uma análise prática econclusiva de que prioridade não é onde vai o discurso. Prioridade é onde vai orecurso financeiro e humano’, afirmou.Furlan anunciou ainda que até o final do ano seráimplementado experimentalmente um sistema de acompanhamento das exportações dosetor de serviço. “Hoje esse trabalho é feito pelo Banco Central, sem que hajauma visibilidade maior dos setores. Com a mudança, será muito mais fácil adotarpolíticas de estímulo ao setor que está em crescimento”.