Agência Brasil/ Telam
Brasília / Buenos Aires - A exemplo do que aconteceu no Brasil com o Partido dosTrabalhadores, que liberou os militantes para participar de manifestaçõescontra a visita do presidente norte-americano, George W. Bush, no Uruguai,integrantes do partido do presidente Tabaré Vázquez também participarão deatos anti-Bush em Montevidéu. Depois de finalizar sua visita ao Brasil, iniciada ontem(8), Bush segue no fim do dia de hoje para o Uruguai, segunda etapa de suavisita de seis dias à América Latina, que ainda incluirá Colômbia, Guatemala eMéxico. Segundo o senador Rafael Michelini, da Frente Ampla, reuniãode vários grupos de esquerda a que pertence Vázquez, o partido é plural e qualquer militante poderá ir tanto àsmarchas de protesto como ao encontro que oferecerá Bush na embaixadanorte-americana em Montevidéu. Para ele, a visita de Bush não impedirá que seu partido siga“condenando a política internacional norte-americana, a invasão do Iraque e amanutenção da violação de direitos humanos na prisão de Guantánamo” (basenorte-americana situada na ilha de Cuba).Segundo o deputado Luis Rosadilla, também da Frente Ampla,uma “maioria marcante” de seu partido entende a visita de Buh como uma reuniãode mandatários, à parte do que significa a imagem do norte-americano. “Se dádentro de um marco normal de relações entre nações que sustentam há muitíssimosanos vínculos econômicos, políticos e culturais, e portanto é só mais umencontro entre tantos de chefes de Estado”, diz ele. Já o senador Carlos Baraibar, também da Frente Ampla, afirmaque é preciso pôr na balança o positivo e o negativo da política internacionalde Bush. “Tenho uma visão crítica do papel imperialista dos Estados Unidos, masé preciso ser agradecido”, disse ele. “Hoje a economia do Uruguai estáflorescente: em 2002 conseguimos superar nossa crise bancaria porque Bus fezgestões junto ao FMI [Fundo Monetário Internacional] nos entregasse numfim de semana US$ 1,5 bilhão para que não houvesse déficit bancário.” O deputado Washington Abdala, do conservador PartidoColorado, lembra que a visita de Bush pode trazer oportunidades de exportaçãode “carnes, têxteis e produtos agroindustriais”. “Não se pode ideologizar nematuar com histeria. Aqui somos todo antiimperialistas, mas é precisocontextualizar a visita de Busj dentro dos benefícios que podemos tirar dela,esse é o único assunto.”Para Abdala, os protestos anti-Bush que acontecerão emMontevidéu são “normais e reflexos naturais” da sociedade uruguaia. Ele disseque vê “muita graça” no "circo" de Hugo Chávez, em referência ao ato anti-Bush doqual o presidente venezuelano participa hoje em Buenos Aires, na Argentina.